27 de jul. de 2008

burro

Minha visão já estava um pouco embaçada e o meu andar cambaleante. Que festa enorme. Sai do banheiro e dois bons amigos estavam a chavecar uma menina ali mesmo naquele corredor gigante e amplo. Era para mim. Me chamaram, os dois estavam mais bebados que eu, e me deixaram a conversar com ela. Que linda. Que mulher linda. Que olhos, que pele e sorriso. Que boa disposição. Que gentileza... Conversamos sobre qualquer coisa. Coisas em comum. Bastante. E ela sorria de volta toda vez que eu sorria sem motivo. Começo a rir sem motivo algum e ela me pergunta o porque. - Hahahaha é que você é muito linda! - Deus! Como me sai uma coisa dessas??? Ok. Ela riu mas seu olhar me acusava de lorota. E era mesmo. Ela era linda. Linda, linda, linda. A lorota foi o motivo da risada, o qual nunca existiu um. Acho que foi porque ela era linda e eu ria de mim mesmo que não sabia o que fazer. Pronto, achei o motivo. Me aproximo dela e ela tem um cheiro maravilhoso... Levemente roço meu nariz na bochecha dela. Sinto seu hálito. O cheiro do cabelo. Uma essência. Uma fragância... Doce. Calma e violenta ao mesmo tempo... A violência acho que era minha. Que delícia. No fundo dessa fragância, o essencial, seu cheiro próprio. Seu cheiro de mulher. Meus sentidos explodem e meu instinto só quer uma coisa: Ela.
Uma leve e doce virada dela para o outro lado foi o suficiente para que eu recuasse. E ela me puxou para o outro lado da festa. Conversamos mais. Blá, blá, blá. Amei te conhecer.
Devia ter insistido mais. Isso me dói tanto... Porque não insisti? Porque esses charminhos me desarma tanto a ponto de desistir de qualquer tentativa?
Devia ter insistido mais. Meu corpo pede o dela até agora.
Burro.

Um comentário:

  1. Dureza, nego. Ainda mais lendo olhando pra essa cara no desenho aí em baixo. Hahaha.

    Bacanas as descrições. Leves, fluídas. Legal.

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