14 de dez. de 2011

Introdução ao Sol

DEUS!
apenas um símbolo.
MÃE! PAI!
apenas símbolos.
IRMÃOS!
símbolos.
EU!
símbolo.

If only I could see through
the symbols
Maybe
Just maybe
I'd see the thing beyond.

No,
It's impossible
while
stating
I's.

3 de dez. de 2011

Re-velação de S. Agostinho




Em meio à névoa
Tentando alcançar o Infinito
Santo Agostinho viu um menino
carregando agua do oceano
para um buraquinho no meio da praia.
- O que fazes? perguntou o filósofo.
- Vou colocar neste buraco todo o mar!
- Ora, isso é impossível!
Com a astúcia própria das crianças, lhe respondeu:
- É tão impossível quanto você compreender
o Infinito com sua mente.


15 de ago. de 2011

palavras

Feliz daqueles que nada tem a dizer;
Como Nietzsche uma vez disse:
Só podemos falar do que já está morto
em nossos corações.

Feliz aquele que vive da vida;
e não de palavras;

Não é a toa;
que o guia de Dante
ao reino dos mortos;
era um poeta.

15 de jul. de 2011

A lenda dos Rabunari

Um dia estava sentado na varanda lá de casa. Olhando as estrelas com calma, de uma maneira que parecia ser a primeira vez que as via. Minha irmã apareceu e se sentou do meu lado. Parecia que ela me olhava da mesma maneira que eu as estrelas, com um perfume de novidade. Pelo menos é o que senti vindo dela. Talvez era apenas eu e as estrelas... Quem sabe?

Ela levantou sua cabeça para o céu e se juntou a mim em contemplação. E me fez uma pergunta estranha para uma menina de sua idade, porém justa mesmo para a sua idade. Na verdade acho que é o contrário, é esse frescor de ser que impulsiona as dúvidas e curiosidades. Acho que pensamos que as perguntas profundas da vida pertencem aos adultos porque nossa surpresa ao não saber a resposta é tamanha que não imaginamos uma criança poder sentir o mesmo.

"Como foi criado o mundo, mano?" 

"Depende, princesa, no que você acredita." Pronto. Estava contaminando minha irmã com erudições e idiotices adultas. Ela me olhou meio confusa mas viu, mesmo antes que eu, que eu estava a esquivar sua pergunta. "Como assim?" - Não desisto de fugir e me escondo atrás do meu limitado conhecimento: "É que depende da religião de cada pessoa. Cada religião tem sua lenda da criação do universo e do homem. Ou mesmo a ciência... Só que aí já não é lenda, é hipótese." - Ela estava entediada com minhas palavras mas sentia algo de participação de algo sério, do jogo dos adultos, que também é uma brincadeira para as crianças... Ela me olhou e disse: "Eu quero saber o que Você acha."

Minhas defesas psicológicas tombaram como as muralhas de Jericó. Olhei pra ela, olhei para as estrelas, e bem... "Na verdade não acredito em nada... Só na Lenda dos Rabunari. Já ouviu falar?" - "Não... Me conta?"





A Lenda dos Rabunari



O homem nada é senão o sopro do Mistério.
O céu, a terra, o mar;
Nada são, senão sopros do Mistério.
A lua, o sol e as estrelas;
Nada são, senão sopros do Mistério.
A vida é tudo o que há,
e a vida nada é;
Senão o sopro do Mistério.


Uma criança lhe perguntou, então, ao chefe da tribo:
E de onde vem o sopro?
E o chefe respondeu:
Do Mistério.
E de onde vem o Mistério?
Do próprio Mistério.

Mas isso é muito pouco;
disse a criança.

O que seria suficiente?
perguntou o chefe.

- A resposta verdadeira,
não um enigma.

O chefe perguntou a todas as crianças:
Quando conto uma história,
o que importa pra vocês?
- O começo, o meio ou o fim? -

Todos, menos um outro menino,
responderam que o que importava era o fim.

O chefe riu e chamou a atenção
do menino que se calou.

- E você? O que é importante pra você?

O menino tímido se levantou
com respeito ao chefe e disse
- Não sei.

- Como você não sabe?
- Não saberia dizer...
- Tente!
- O começo não é começo sem um fim;
O meio não é meio sem um começo ou fim;
o fim não é fim sem um começo.
Então não posso dar mais importância
a uma parte ou outra;
Pois elas são todas uma só.

O chefe riu com deleite da resposta do menino.
Este se contraiu com medo de ter dito algum absurdo.
O chefe perguntou a todos:
- Disso que ele disse, o que vocês pensam
da origem de tudo?

Todos se entre-olharam, curiosos,
nem o primeiro, nem o último menino;
soube responder.

O chefe sorriu e disse:
É um Mistério, não é?





"Mano... Não entendi muito bem... Não me explicou como o mundo foi criado..." disse minha irmãzinha, ao final do relato. "Lola... Quando você brinca de esconde-esconde com alguém, o que você mais gosta? De procurar o outro ou de achar o outro?" Com a graça de uma criança que se pergunta algo de verdade ela logo me respondeu: "Os dois!"



(rascunho, cortesia forçada de iamBRÄO)


12 de jul. de 2011

o outro

A liberdade termina onde começa a liberdade do outro;
O amor termina onde começa a possessão do outro;
A possessão termina onde o outro exerce a liberdade;

Não sei onde quero chegar;
me ajudem.


Só posso me relacionar
com o que está além de mim;
No entanto;
jogo tudo de mim
no outro.

Não o deixando ser.

,
Não me deixando ver-lhe.
Vivendo como Narciso.

A existência começa
quando o outro é.

O ovo se racha;
Vida e morte.

Nada mais e nada menos
(belo) que um sopro.

11 de jul. de 2011

Aceitação

Forçar-se a dizer sim
à tudo;
É negar
a negação.

Diferente de ver
as coisas como são;
Sem aceitar;
ou negar.

2 de jul. de 2011

Já não usamos pombas

mas ainda assim
tenho coisas a dizer.

uma delas é que te amo
e te sinto perto;

outra é que sinto sua falta.

30 de jun. de 2011

chuchulim

dirigindo um carro outra vez
em um silencio divino
comecei a cantar

foi tão maravilhoso
letras lindas
e não lembro nada delas.

apenas que era sobre ela...
tão, mas tão linda...
que me faz chorar outra vez.

love is all
you need nothing.

29 de jun. de 2011

"Do not think by merely wishing for peace, you will have peace, when in your daily life of relationship you are aggressive, acquisitive, seeking psychological security here or in the hereafter. You have to understand the central cause of conflict and sorrow and then dissolve it and not merely look to the outside for peace. But you see, most of us are indolent. We are too lazy to take hold of ourselves and understand ourselves, and being lazy, which is really a form of conceit, we think others will solve this problem for us and give us peace, or that we should destroy the apparently few people that are causing wars. When the individual is in conflict within himself he must inevitably create conflict without, and only he can bring about peace within himself and so in the world, for he is the world."
by J. Krishnamurti from The Book of Life

6 de jun. de 2011

im-permanência

Só a impermanência é permanente;
O tempo, expressão da eternidade.

O sol, outrora símbolo da eternidade;
Também um dia, apagar-se irá.

Porque o amor teria outra natureza?
...Queime com abandono.

23

There isn't a day
since that night
that I didn't cried.

Every single one of them
seems like one giant
nightmare.

From which I'll wake
and get my heart straight
To be able to enjoy
one last sight
of your beautiful smile.

22 de mai. de 2011

Visita

Kholstomer me visitou hoje.
Estava em um montanha, parecia um vale, parecia verde, parecia algo.
Com o vento soprando, apareceu Kholstomer andando em minha direção.
Ele parecia um velho amigo de um conto esquecido, uma personagem tão viva e ao mesmo tempo dormente, ali no fundo do oceano, onde jazem todas as coisas importantes.
- Eu te disse - me disse ele.
- Como você está lindo... Eu sei, não precisa nem me dizer nada, sua aparição já é o suficiente.
- Não, não é. E sim, sou belo, como você esqueceu isso?
- Não sei. Não teve um como... Apenas aconteceu.
- Ah... Viu só... Te peguei outra vez.
- Como assim?
- Não tem como lembrar isso. Ou você se deleita com a beleza do mundo, com tudo o que isso implica, ou se perde em seus próprios pensamentos, incluindo a memória. Você poderia dizer a si mesmo que sou belo e guardar essa idéia, mas isso não seria a beleza, por mais agradável que seja ter essa memória. Você não ama porque você lembra que ama. Ou você ama ou não ama.
- Entendi... Você tem razão.
- Vem, sobe em mim que quero te mostrar algo.
Tinha esquecido como se sobe num cavalo, e sem cela ainda, parecia impossível mas foi como subir uma árvore. Sem medo, sem vergonha e com alegria. Ri do alto de suas costas, de cima dele tudo parecia diferente. Enquanto Kholstomer me levava para esse lugar desconhecido, a natureza parecia prestar louvores a nós. A disposição do mato, das plantas e das árvores pareciam estar abrindo caminho para nós e ao mesmo tempo se curvando com alegria. O céu também - as nuvens e o vento - era tudo tão calmo e ao mesmo tempo parecia que as nuvens diminuíam a velocidade para nos ver. E o mar... O mar estava silencioso como sempre.
- Segure-se - me disse Kholstomer.
De repente ele começou a voar. Voamos os oceanos e os continentes, para logo voltarmos à montanha onde nos encontramos. Desci de suas costas e começou a falar.
- Você pode viajar o mundo todo, quantas vezes quiser, mas o único lugar que você deve ir é o seu próprio coração. E é o único lugar que eu não posso te levar.
- Não entendo muito bem tudo isso...
- Não é pra entender. Palavras não significam muito...
E aí houve um silencio ensurdecedor... Kholstomer me olhava no fundo dos meus olhos. E logo me perdi no profundo negro dos seus... Que beleza indescritível.

21 de mai. de 2011

The Air That I Breathe

Sometimes...
All I need is the air that I breathe...
and to love you.

musica gloriousa :)



já o clipe nem tanto hehehe

10 de mai. de 2011

Flor

Desabroche flor
O Sol, forte chamou
A ver sua cria, o amor.


[numa pobre tentativa de um haicai]

3 de mai. de 2011

Eu chego lá

Um dia
fiquei triste por nada.
Caralho! O que te importa?
Me deixe ser triste...
É o que sou no instante, agora.

A felicidade,
tão adorada por todos,
não existe.
A tristeza
é apenas uma palavra
outra palavra
mil palavras;
E esqueço quem sou
no instante, agora.

Esquece o
Amanhã
Eu começo
Amanhã
Eu chego lá
Amanhã,
é felicidade.

E o ontem então...
Que tristeza.

22 de abr. de 2011

vosyo

E é por você
que eu vejo
a graça máxima
a porta
o desconhecido

E é por você
que me quebro em pedaços
por você que me vejo
silencioso
e hermético
causando danos.

É por sua vontade
seu amor
sua vida
seus defeitos
que apontam os meus

Qual a utilidade disso tudo?
Saber quem sou?
É para ser melhor?
Eu acho que é cessar
Todo conflito interno
cessando o externo.

Cessando a divisão
entre o interno e externo
alma e corpo
humanidade e mundo
eu e você.

Tudo isso já foi dito
expresso em milhões de símbolos
ritos e mitos
Mas eis o que não foi dito
O que eu tenho a dizer
o que eu tenho a viver
Assim como o que você
que lê
tem a ler, a dizer e a viver.
a fazer.

Você é o inédito
quando se descobre
a si mesmo.
Sempre no presente.
Sempre sem fim.
Essa é a eternidade.
O hoje.

Muitos dizem que as vezes
é cedo dizer se é amor ou não.
Eu acho que só existe
o tarde demais.
Eu vi os dois aspectos da deusa
o espaço e o tempo
Mas cadê
o "eu vejo a deusa"?

Não. Eu não vejo.
Por isso ainda luto
e entro em conflito
e deixo minhas energias
serem sugadas por nada.

Sou cego em um labirinto
sem um fio de Ariadne.
Eu rejeitei esse fio.

Que o labirinto se dissolva
no momento em que
eu deixe de buscar uma saída.

Se você acha que é cedo
ou tarde demais.
O momento nunca ocorreu.

Quem sabe não faz perguntas.
O ignorante também.

Ah!
Me leva que eu não aguento mais.
Nunca aguentei...
Que tudo isso acabe logo.

9 de abr. de 2011

ego

Quanto mais o fortalecemos;
mais rápido apodrecemos.
Não digo que morremos,
pois só morremos
a medida em que
o ego morre.
E isso é viver.

21 de mar. de 2011

127 Hours

Without cutting off;
your fears;
desires;
ego.

You're just between a rock;
and a hard place.

Defying;
withering;
making your life;
a wasted land.

What a symbolic achievement!

Out of love;
to cut yourself out.

That's beautiful.

4 de mar. de 2011

still the same

Living, being
growing.
Today I've forgot;
how to die.

From skin to skin;
the snake;
still the same.

We rely on each other
to change and improve
we can only hope
in something different.

From night to night;
the moon;
still the same.

Improve what?
I don't know
if there is such a thing.
I think it's insane.

From day to day;
the sun;
still the same.

From night to night;
day to day;
body to body;
still the same
constant change.

mind to mind;
energy to energy;
we are all
still the same.

Egg-O (3)

Egg-O (2)

22 de fev. de 2011

da última estrofe

um ritmo conhecido;
música desconhecida;
você encaixando;
em todos os versos.

porque quando cantava
eu só pedia?
o que aconteceu
com tudo o que
eu quero te dar?

um olhar em falso;
mil hipóteses encaminhadas.
uma sensação estranha;
e é tudo culpa minha.

o carente afasta;
quem deve ser afastado.
a fraqueza e insegurança;
desperta o ser amado.

não quero muito;
só quero um abraço.
dos raros, verdadeiros;
só você pode me dar.

mas ai penso;
se quero algo...
para acalmar a carencia;
é a fuga de mim mesmo.

você pode me abraçar;
mas não vai me ajudar.
só se eu não te pedir...
só se ele vier;
se o teu coração;
chamar o meu.
e o meu o teu;

como o músico;
a música.

15 de fev. de 2011

da sacada

Acordei com o coração pesado;
Tá tudo silencioso;
O dia tá cinza cemitério;
Uma neblina fina e inútil;
Que não ameaça, faz nada.
Tá tudo estranho;
me lembra vapor de banho triste.

Acordei com a cabeça pesada;
Já nem sei mais o que é coração.
Ponho a mão e, ei,
esse não é meu estômago?
Sinto meu corpo reclamar.

Algo falta; Alguém falta;
Falta eu; Eu, naquela proposta de ontem;
Faltou eu negar. Faltou eu brigar.
Que tédio é esse, que corroe
as entranhas?

Que dia mais insosso...
Quando é que alguém
vai sair na sacada;
e se matar?
ao invés de fumar...

Queria tanto ver um homem voar...

Vai, que eu to entediado;
Quero ver.

28 de jan. de 2011

antes de ser ego.

antes de ser ego somos vida.
nosso ser passa por infinitas dificuldades;
para que em um ponto
essa coisa chamada ego
tome conta.
de repente o corpo que abriga o ego
é tomado e é chamado de meu corpo.
de repente as pessoas que estão ao redor
são chamadas de minhas.
e todo conhecimento adquirido
e crenças
também são chamados de meu.
e o ego passa por finitas dificuldades;
e se ofende, se esperneia e se conserva;
e a isso chamamos de sofrimento.

antes de ser ego
as coisas apenas eram.


quando vamos nos dar conta que
antes de ser ego somos mundo?

1 de jan. de 2011

En el fin del mundo

"En el fin del mundo;
vivo y sobrevivo.
Acá aprendo;
a estar solo;
a no desesperarme;
a no temer a nadie;
y a no querer nada. 
El fin del mundo;
es el fin del ayer;
y del mañana.
El fin del mundo;
es mí vida.
Hoy.
Eternamente hoy."

Eu era apenas uma criança quando agarrei a garrafa que continha esse estranho poema em espanhol. Estava na praia e imaginei quem poderia ter escrito isso. Levei a garrafa para meus pais para ver se podiam traduzir para mim. Entendi o que eles disseram mas não compreendi o poema. Pensei ser do futuro, quando finalmente conseguimos destruir o mundo e esse era o seu mágico pedido de ajuda. Meus pais pareciam ter gostado mas não deram muita bola. Eu guardei o poema na garrafa e a deixei em cima da minha estante.

Namorei uma menina, duas, tres, quatro...
Todas eu achei que eu amei.
Amei... até a primeira, segunda, terceira, quarta briga.
No fundo não tinha amor.
Não sabia o que era amor.
Até hoje, não sei o que é amor.
Não importa saber.

Logo entrei em contato com diversas religiões. O cristianismo me pareceu atraente no começo. Parecia tão fácil ter uma crença e depositar toda minha segurança nela... Eu iria a igreja e tudo ficaria bem. Rezaria pelos meus entes queridos, falaria que perdôo quem "peca" contra mim e no fundo desejaria que eles queimassem no inferno (tendo em conta que eu acreditaria na existencia de um). Enfim, acho que as coisas seriam imperturbáveis, já que um senhor barbudo me esperaria na hora da minha morte em um trono de ouro em alguma nuvem por aí... E aí? Passaria a eternidade olhando pra ele? Sério? Não é que eu não quisesse acreditar... Eu simplesmente não queria esse futuro pra mim. Conheci o budismo e o nirvana pareceu lindo. Comecei a meditar e coisas aconteceram. Minha mente parecia ter encontrado um certo silêncio... Mas algo no fundo me incomodava. Sempre que me encontrava com raiva ou algo parecido, ia meditar. De repente me sentia reprimido. Parecia uma droga que me acalmava... E eu não queria isso. Eu queria me entender. Não queria depender de algo. Eu não queria alcançar o nirvana depois de mil re-encarnações. Se desejo alcançar o nirvana é porque ainda sou comandado pelo meu ego. Querer se despegar do ego é também uma ação do ego... Não sei o que fazer e busquei outras e outras religiões... E todas falavam de um fim dos tempos. Sempre no futuro. Sem futuro. Tudo o que me era dito entrava em conflito com o poema. Acho que erraram ao por fim dos tempos no plural. Como no poema, venho a pensar que o fim é o fim do tempo. Quando as pessoas deixarem de pensar no futuro e basearem seus pensamentos no passado, vai ser o fim. Quando elas começarem a viver no hoje. Vejo que ainda não chegou o fim, já que penso no futuro também.
Esse "vai ser" é uma merda.

Li livros. Fiz política.
Tenho uma família.
Os livros que encheram minha cabeça.
A política que fez a mim.
A família que tem a mim.

Tudo isso, eu não quero mais pra mim.
Eu não sou o que leio.
Não sou o que penso.
Não sou o que escrevo.
Não sou nada.

Onde está o fim do mundo?
Quando vai vir?
Preciso tanto que tudo acabe...
Agora.

Como pensar em um tempo futuro
em qual vou ser eterno em outra dimensão
se não suporto a mim mesmo nesta?


***



"En el fin del mundo;
vivo y sobrevivo.
Acá aprendo;
a estar solo;
a no desesperarme;
a no temer a nadie;
y a no querer nada. 
El fin del mundo;
es el fin del ayer;
y del mañana.
El fin del mundo;
es mí vida.
Hoy.
Eternamente hoy."


Re-escrevi esse poema porque perdi o original. Estava num veleiro com meu filho. Li o poema pra ele e ele pareceu não dar bola. Não o julgo. O amo. Coloquei o poema numa garrafa e joguei ao mar.