22 de fev. de 2011

da última estrofe

um ritmo conhecido;
música desconhecida;
você encaixando;
em todos os versos.

porque quando cantava
eu só pedia?
o que aconteceu
com tudo o que
eu quero te dar?

um olhar em falso;
mil hipóteses encaminhadas.
uma sensação estranha;
e é tudo culpa minha.

o carente afasta;
quem deve ser afastado.
a fraqueza e insegurança;
desperta o ser amado.

não quero muito;
só quero um abraço.
dos raros, verdadeiros;
só você pode me dar.

mas ai penso;
se quero algo...
para acalmar a carencia;
é a fuga de mim mesmo.

você pode me abraçar;
mas não vai me ajudar.
só se eu não te pedir...
só se ele vier;
se o teu coração;
chamar o meu.
e o meu o teu;

como o músico;
a música.

15 de fev. de 2011

da sacada

Acordei com o coração pesado;
Tá tudo silencioso;
O dia tá cinza cemitério;
Uma neblina fina e inútil;
Que não ameaça, faz nada.
Tá tudo estranho;
me lembra vapor de banho triste.

Acordei com a cabeça pesada;
Já nem sei mais o que é coração.
Ponho a mão e, ei,
esse não é meu estômago?
Sinto meu corpo reclamar.

Algo falta; Alguém falta;
Falta eu; Eu, naquela proposta de ontem;
Faltou eu negar. Faltou eu brigar.
Que tédio é esse, que corroe
as entranhas?

Que dia mais insosso...
Quando é que alguém
vai sair na sacada;
e se matar?
ao invés de fumar...

Queria tanto ver um homem voar...

Vai, que eu to entediado;
Quero ver.