Alex cresceu. Tem seus 22 anos e meio, e anda bem feliz ultimamente... Nada saiu como previra... mas sim, como sentira. É um bom ouvinte de seus sentimentos e pensamentos. Sabe quando eles entram em contradição e sabe muito bem como lidar com isso. Tudo é muito bom. Tudo é muito claro. Claro, até ele conhecer María...
Até esse ponto, Alex tinha tudo muito bem definido... muito bem planejado... mesmo entre o caos que era o seus planos, ele se sentia confortavel com esse caos... Um caos organizado. Como se o sistema maior de sua própria estrutura mental era um que continha e definia um sistema menor e que nesse sistema menor havia um caos instalado que destruiria esse sistema menor... transformando-o em outro sistema menor... porém dentro dos limites do sistema maior. Logo, tudo era bom. Tudo era gostoso. Tudo era uma felicidade estranha e alegre...
Alex conheceu María.
Em um acesso de uma estranha lucidez, dessas que as pessoas acham que é a verdadeira lucidez, Alex pensou que María se sentia atraida por ele por causa de sua felicidade, sua alegria, seu mundo unico de planos estranhos e sistemas caoticamente perfeitos. Ótimo, - disse Alex - assim me mantenho como sou e junto a isso terei uma companheira maravilhosa... Que vida perfeita.
Pouco a pouco, como uma chuva que se aproxima solta suas gotas, Alex foi se desmoronando. Como havia ele de prever Ela? Seu caos se desfez, logo seu sistema menor se desfez, e logo seu sistema maior também. Tudo - sua alegria, felicidade, segurança, saudade, até sua tristeza e os momentos poucos alegres - tinham ido embora. Tudo era novo. Tudo era inseguro. Tudo desconhecido. Alex conheceu o Outro.
Na sua estranha lucidez ele pensou que já conhecia o Eu, e agora estava conhecendo o Outro... mas ele teve um acesso feliz de verdadeira lucidez e pensou que, afinal, ele não sabia nada de nada. De ele mesmo, do outro, dos dois, tres ou tudo... Nada.
Alex se sentiu como uma criança... nova, desconhecedora de tudo e pronto a desbravar o mundo... Mas Alex agora crescido sentiu um grande medo desse desconhecido. Da vida. Do Amor, talvez? Sim... Porque esse medo estranho? Ele também não sabia. Infernos. O desconhecido. A confusão. O medo. A vida! Tudo de novo! Mas agora com a consciencia de tudo! Que horrivel é a Vida! Cheia de dor e sofrimento. Medo, raiva e opressão... Horrivel? Porque é horrivel? É horrivel que uma menina seja estuprada aos 20 anos por um desconhecido com AIDS? Sim... É horrivel uma menina não ter com quem perder a virgindade porque o seu próprio pai a tirou quando tinha 5 anos? Sim... É horrivel um homem matar os seus tres filhos por uma loucura qualquer? Sim. A vida é feita disso? É. Ela é feita de mais coisas também... Boas e ruins. A conclusão era que a vida é a vida. Assim como Alex é Alex. Por culpa Dela é que ele se viu assim... Um homem. Como a vida, acima do bem e do mal. Horrivel ou maravilhosa? Natural, diria Alex. Cada um com a sua vida... não? Mas Ela também o fez ver o além... Sentir essa coisa indescritivel chamada Além. Além do que? Do conhecimento, é claro. Dos sentimentos, também? Porque não? O além está além. Depois. Depois do pensamento. Depois do sentimento. Depois de tudo. E o que vêm depois de tudo? A morte, óbvio... e como experimentar isso? Alex pensou que era algo a ver com o tempo... que já estamos conectados com tudo... ou seja, com a vida e com a morte. Nossa vida e nossa morte. Alex viu a sua morte... E sempre a sentiu... Sente ela agora mais do que nunca. E sente a morte dela também... E isso é o que mais lhe amedronta. Ele não quer ver ela ir. Nunca. Mas sentia que isso era exatamente o que ele precisava fazer... aceitar a morte. A dele e a dela. Que horrível é tudo isso... O filho de Deus na cruz... que horrível! Jesus! Me ensine algo!
María o ensinou algo... A morrer e a deixá-la morrer também. Porque ela é Ela. É a portadora da vida. Do próximo. Do futuro, e eventualmente, do presente.
Graças a Ela, os dois morreram.
Riam. Riam os cínicos: Eles se casaram.
Renasceram e Vivem... como Um.
É epifania em bola de neve. Começa e vai puxando o pano da mesa e derrubando toda louça e comidinhas. Caramba.
ResponderExcluirNego, repara essa frase: "Como se o sistema maior de sua própria estrutura mental era um que definia um sistema menor e que nele havia um caos instalado e que esse mesmo caos o destruiria, transformando o sistema menor em outro sistema menor... diferente, porém dentro dos limites do sistema maior. Logo, tudo era bom."
Hahahahaha. É, tudo era bom. A brisa é boa, mas - sintaticamente mesmo - confusa. Eventualmente o texto vai ficando melhor escrito ao longo do conto. Dá até vontade de perdoar, já que a metáfora é ótima, assim com a personagem refletida numa dor muito lancinante e verdadeira.
Sentimento e desespero. Polaridade e dualidade. A morte figurada no casamento. Hahaha, ri; mas sou mais cético que cínico.
O Alex sempre é relevante.
Bêjo, negão.
Mas... não foi assim que eu escrevi...
ResponderExcluirHIHIHIHI
UAHuehuahuehuahe
bjo!!
Live and let die
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