Que tal a gente começar a disfrutar da beleza do mundo?
Ta aí na nossa frente...
Vamo?
Só depende de nós...
27 de dez. de 2010
21 de dez. de 2010
19 de dez. de 2010
6 de dez. de 2010
Última sessão
... Pois a natureza do homem é má." disse o pastor. "Vocês, caros fiéis, vocês tem que ser bons." Mal o pastor terminou de dizer essas palavras uma voz soou lá do fundo da igreja (diz-se igreja, pois na verdade era um velho cinema.)
- Desculpa! Mas... por quê?
O pastor, incrédulo, tremeu um pouco e até balbuciou por uns segundos e logo disfarçou, como todo bom ser humano treinado na arte da política.
- c-Como assim porque? O senhor aí no fundo, está a duvidar das palavras do Senhor?
- Estou a perguntar sobre as suas palavras senhor. Nunca li a bíblia.
- As minhas palavras são as do Senhor.
- Não seria as palavras Dele são as tuas?
O pastor olhou para os outros na platéia (como era um velho cinema, posso usar essa palavra.) e se sentiu um pouco constrangido.
- O senhor poderia vir aqui na frente para que todos pudessem te ver?
A voz do fundo era, para a surpresa de todos, de um jovem. Era baixinho, de cabelo curto e com pintas na cara. Ele subiu no palco e ali ficou, encarando com calma ao pastor.
"Ora essa! É um menino!" Pensou o pastor, aliviado por imaginar que agora iria destruir o seu oponente.
- Aqui estou. - disse o jovem.
- A sua pergunta era qual, meu jovem?
- Por que, se somos mal por natureza, temos que ser bons?
- Porque fomos corrompidos por Satanás. E é nosso dever sagrado lutar contra essa mácula.
"Amém Senhor" e outras coisas foram pronunciadas pela platéia.
- Mas, eu escutei dizer que, quando Jesus morreu na cruz, ele limpou essa mácula. Morreu por nossos pecados. Não?
- Sim... Mas não é bem assim.
- E como é?
Sentindo-se encurralado, o pastor logo olhou para uma pessoa ali atrás de uma cortina e fez um gesto com a cabeça. Rapidamente o pastor voltou-se ao público e disse: "Oremos!" e ao mesmo tempo aquela pessoa a passos rápidos se aproximou ao jovem e pediu que o acompanhe. O jovem que não tinha intenção de nada, apenas uma dúvida, acompanhou a pessoa ao outro lado da cortina.
Os fiéis oraram, choraram e louvaram a esse deus estranho que o jovem nada sabia. O jovem olhava tudo aquilo com curiosidade. Olhou para o lado e viu a velha tela de cinema. Se perguntou quantos filmes foram projetados ali... E vendo aquele espetáculo acontecer em sua frente, riu como se visse uma criança cair no chão ao tentar dar seus primeiro passos - nada cruel, apenas cheio de graça.
- Então você é um ateu. - Disse o pastor, desajeitando a gravata e o paletó. O jovem havia sido conduzido ao escritório do pastor, e ficou ali sentado, olhando aos movéis finos e todos os adornos luxuosos até o pastor chegar.
- Ateu? Não senhor. Não sou um ateu.
- Então o que você é?
- Eu sou eu. Não me considero religioso, nem ateu, nem agnóstico, nem nada.
- Então como me posiciono frente a você?
- Posicionar? Como assim?
- É. Como eu me dirijo a você? Se você não tem nenhuma crença mas também não deixa de ter.
- Bom... Você pode tentar me tratar como uma pessoa comum. Como você mesmo.
- Comum são os que estavam lá fora. Eu sou algo mais. Falo pelo Senhor.
- E é a vontade do Senhor que fez que você tivesse todos esses móveis e adornos? O seu fino paletó?
- Obviamente.
- Você não responde a ninguém a não ser o seu Senhor?
- A ninguém.
- Nem mesmo a gerência da Igreja?
- Bom... Sim, mas... Como você...?
- Senhor Gustavo... - Nesse momento o pastor congelou por dentro. Tinha tanto medo do seu próprio nome como os fiéis lá fora o inferno. O jovem percebeu a reação que o pastor quase conseguiu ocultar, e sorriu. - ... quanto a sua igreja ganhou este mês?
Gustavo tremia. Ele se esbaldou tanto da própria confiança, assim como um fiel de que é uma pessoa boa e decente, que achou que isso nunca iria acontecer.
- Por que eu tenho de responder isso a você?
- Meu nome é Paulo Pedroso Filho.
- Filho do próprio Paulo P..?
- Isso mesmo. E estamos muito descontentes com você, não por roubar dos pobres, mas por não dar aos ricos. Você tem um mês pra cobrir tudo o que você deve a nós, a Sua igreja, e Sua verdadeira senhoria.
O jovem se levantou da cadeira. Gustavo não disse uma palavra, temendo por sua própria vida.
- E da próxima vez que um jovem levantar a voz contra você, acuse-o diretamente e não o deixe falar. Você não tem que explicar nada a ninguém.
Paulo andou até a porta e prestes a sair, se voltou a Gustavo.
- Sabe, eu me pergunto como você durou tanto nessa profissão. Pelo menos você sabe quando calar a boca.
No outro domingo, o tema foi caridade, bondade e benção nos céus. Enquanto o ajudante passava colhendo as doações o pastor falava com muita vontade e convicção sobre quando Jesus compartiu o pão entre uma multidão.
- Desculpa! Mas... por quê?
O pastor, incrédulo, tremeu um pouco e até balbuciou por uns segundos e logo disfarçou, como todo bom ser humano treinado na arte da política.
- c-Como assim porque? O senhor aí no fundo, está a duvidar das palavras do Senhor?
- Estou a perguntar sobre as suas palavras senhor. Nunca li a bíblia.
- As minhas palavras são as do Senhor.
- Não seria as palavras Dele são as tuas?
O pastor olhou para os outros na platéia (como era um velho cinema, posso usar essa palavra.) e se sentiu um pouco constrangido.
- O senhor poderia vir aqui na frente para que todos pudessem te ver?
A voz do fundo era, para a surpresa de todos, de um jovem. Era baixinho, de cabelo curto e com pintas na cara. Ele subiu no palco e ali ficou, encarando com calma ao pastor.
"Ora essa! É um menino!" Pensou o pastor, aliviado por imaginar que agora iria destruir o seu oponente.
- Aqui estou. - disse o jovem.
- A sua pergunta era qual, meu jovem?
- Por que, se somos mal por natureza, temos que ser bons?
- Porque fomos corrompidos por Satanás. E é nosso dever sagrado lutar contra essa mácula.
"Amém Senhor" e outras coisas foram pronunciadas pela platéia.
- Mas, eu escutei dizer que, quando Jesus morreu na cruz, ele limpou essa mácula. Morreu por nossos pecados. Não?
- Sim... Mas não é bem assim.
- E como é?
Sentindo-se encurralado, o pastor logo olhou para uma pessoa ali atrás de uma cortina e fez um gesto com a cabeça. Rapidamente o pastor voltou-se ao público e disse: "Oremos!" e ao mesmo tempo aquela pessoa a passos rápidos se aproximou ao jovem e pediu que o acompanhe. O jovem que não tinha intenção de nada, apenas uma dúvida, acompanhou a pessoa ao outro lado da cortina.
Os fiéis oraram, choraram e louvaram a esse deus estranho que o jovem nada sabia. O jovem olhava tudo aquilo com curiosidade. Olhou para o lado e viu a velha tela de cinema. Se perguntou quantos filmes foram projetados ali... E vendo aquele espetáculo acontecer em sua frente, riu como se visse uma criança cair no chão ao tentar dar seus primeiro passos - nada cruel, apenas cheio de graça.
- Então você é um ateu. - Disse o pastor, desajeitando a gravata e o paletó. O jovem havia sido conduzido ao escritório do pastor, e ficou ali sentado, olhando aos movéis finos e todos os adornos luxuosos até o pastor chegar.
- Ateu? Não senhor. Não sou um ateu.
- Então o que você é?
- Eu sou eu. Não me considero religioso, nem ateu, nem agnóstico, nem nada.
- Então como me posiciono frente a você?
- Posicionar? Como assim?
- É. Como eu me dirijo a você? Se você não tem nenhuma crença mas também não deixa de ter.
- Bom... Você pode tentar me tratar como uma pessoa comum. Como você mesmo.
- Comum são os que estavam lá fora. Eu sou algo mais. Falo pelo Senhor.
- E é a vontade do Senhor que fez que você tivesse todos esses móveis e adornos? O seu fino paletó?
- Obviamente.
- Você não responde a ninguém a não ser o seu Senhor?
- A ninguém.
- Nem mesmo a gerência da Igreja?
- Bom... Sim, mas... Como você...?
- Senhor Gustavo... - Nesse momento o pastor congelou por dentro. Tinha tanto medo do seu próprio nome como os fiéis lá fora o inferno. O jovem percebeu a reação que o pastor quase conseguiu ocultar, e sorriu. - ... quanto a sua igreja ganhou este mês?
Gustavo tremia. Ele se esbaldou tanto da própria confiança, assim como um fiel de que é uma pessoa boa e decente, que achou que isso nunca iria acontecer.
- Por que eu tenho de responder isso a você?
- Meu nome é Paulo Pedroso Filho.
- Filho do próprio Paulo P..?
- Isso mesmo. E estamos muito descontentes com você, não por roubar dos pobres, mas por não dar aos ricos. Você tem um mês pra cobrir tudo o que você deve a nós, a Sua igreja, e Sua verdadeira senhoria.
O jovem se levantou da cadeira. Gustavo não disse uma palavra, temendo por sua própria vida.
- E da próxima vez que um jovem levantar a voz contra você, acuse-o diretamente e não o deixe falar. Você não tem que explicar nada a ninguém.
Paulo andou até a porta e prestes a sair, se voltou a Gustavo.
- Sabe, eu me pergunto como você durou tanto nessa profissão. Pelo menos você sabe quando calar a boca.
No outro domingo, o tema foi caridade, bondade e benção nos céus. Enquanto o ajudante passava colhendo as doações o pastor falava com muita vontade e convicção sobre quando Jesus compartiu o pão entre uma multidão.
2 de dez. de 2010
24 de nov. de 2010
17 de nov. de 2010
15 de nov. de 2010
14 de nov. de 2010
13 de nov. de 2010
12 de nov. de 2010
10 de nov. de 2010
9 de nov. de 2010
8 de nov. de 2010
7 de nov. de 2010
pedophile
I don't know how
someone is capable
of destroying
the life
of a child;
Over a
fucking
cum.
someone is capable
of destroying
the life
of a child;
Over a
fucking
cum.
5 de nov. de 2010
4 de nov. de 2010
2 de nov. de 2010
The Challenge of Change
Pra compartir com os que visitam este blog...
Site original: http://www.jkrishnamurti.org/krishnamurti-teachings/view-video/the-challenge-of-change-full-version.php
Se as legendas não aparecem aqui, recomendo entrar no site.
Abraços calorosos.. :)
1 de nov. de 2010
da janela
Olho pela janela e onde está?
A menina que entra pela porta
e me sorri de longe, constrangida
por seu sorriso impossível.
Meu amor, sorria...
Que meu coração quer te ver.
(liberação 15/10/2010)
A menina que entra pela porta
e me sorri de longe, constrangida
por seu sorriso impossível.
Meu amor, sorria...
Que meu coração quer te ver.
(liberação 15/10/2010)
27 de out. de 2010
Tempo
Enquanto lia Deleuze me deparei com uma imagem, um esquema do filosofo Henri Bergson, que agora nao sei se eu imaginei ou vi esse esquema, esse grafico... Que demonstrava a memória e as imagens... Um fluxo bem simples... De imagens, passando por nós, o cerébro registra e deposita no que chamamos memória.
Quando vejo o futuro... Sinto que é um refluxo.
Já que o tempo não existe, e tudo é uma coisa só...
Dá pra entender, ou imaginar, essa anormalidade!
E acontece!
Quando vejo o futuro... Sinto que é um refluxo.
Já que o tempo não existe, e tudo é uma coisa só...
Dá pra entender, ou imaginar, essa anormalidade!
E acontece!
19 de out. de 2010
Azul
Um curtinha novo, out of the blue.
Obrigado a Rodrigo Soler, Nicolás Agarzúa e meus dois queridos irmãos Abraham e Adam Matschulat Aguiar.
Obrigado a Rodrigo Soler, Nicolás Agarzúa e meus dois queridos irmãos Abraham e Adam Matschulat Aguiar.
Beijos!
17 de out. de 2010
vida espiritual
antes de você
se desfazer
das suas coisas materiais;
para iniciar
essa tão chamada
vida espiritual;
chame como quiser;
antes
tente se desfazer
de suas idéias;
conceitos;
gostos;
opiniões;
crenças;
imagens.
se desfazer
das suas coisas materiais;
para iniciar
essa tão chamada
vida espiritual;
chame como quiser;
antes
tente se desfazer
de suas idéias;
conceitos;
gostos;
opiniões;
crenças;
imagens.
...te digo que
você vai encontrar
algo muito especial...
16 de out. de 2010
Love
Since it became
a word;
it just became
another motive;
another reason;
for foolish
stupid
things.
It became
an idea;
a flawful word;
like God.
and voila!
they're the same.
a word;
it just became
another motive;
another reason;
for foolish
stupid
things.
It became
an idea;
a flawful word;
like God.
and voila!
they're the same.
13 de out. de 2010
As aventuras do Capitão Marisco
Estavámos a caminho de Mina Clavero, em Córdoba, num ônibus delicioso, com assentos que viram cama e uma televisão LCD pequena que passava um filme que termina com o Johnny Depp tomando um tiro na nuca com direito a câmera lenta... Essa foi a única cena que vi. Minha amada estava ao meu lado, tentando dormir. Sentia ela um pouco pensativa. Abraçava o meu braço de vez em quando... E as vezes me olhava com ternura e dúvida.
Eram 4 da madrugada e ela dormia de costas pra mim, encostada no seu assento e com parte da cabeça encostada na janela. Eu olhava as luzes do farol do ônibus iluminar trechos de cimento e pastos ao lado por instantes que pareciam continuos, como a projeção de um filme...
Ela se vira e me diz com voz sonolenta: Contame una história...
Fiquei um pouco assustado com a enorme pressão da tarefa pedida e perguntei: Hmmm ¿cual?
- Cualquiera.
- Bueno...
- ¡En portugués!
- Tá bom...
Era uma vez um menino chamado Marisco... Era filho de comerciante e sua família vivia bem. Humilde. Seu pai queria que ele fosse comerciante assim como ele... pra dar continuidade ao seu trabalho e ao sustento da família. Marisco escutava esse discurso todas as noites e pensava que seu pai o repetia porque sabia que seu filho no fundo não queria nada disso. Ele sabia que seu pai fora igual a ele... e por algum motivo ele seguiu a vontade do seu pai (avô de Marisco) e precisava repetir isso com seu filho por algum motivo mais estranho ainda. Marisco sabia disso tudo e deixava seu pai pensar que era isso o que ele também queria: seguir a carreira da família e assumir a oficina. Mas no fundo ele não pensava isso... Ele queria ser capitão de um barco e estava preparado mentalmente para um dia fugir daquilo tudo e ir embora...
- ¿Embora?
- Sí... Es como ir de un lugar. Irte... Go away... No sé explicar.
- Está bien... Entendi.
Então, um dia Marisco estava passeando pelo porto... Era para estar vendendo tabaco e especiarías do tipo mas era apenas uma desculpa para olhar todos esses barcos enormes e pessoas corajosas que enfrentavam o desconhecido todos os dias. Ele sonhava com o mar. Queria o ar fresco intocado dos oceanos. Ah como era bom boiar em sonhos! Ele viu uma garota passar por ele... de tranças. Era diferente das meninas da cidade. Tinha coragem e parecia destemida! Ela se misturou com a multidão e Marisco voltou a admirar os barcos... "Ei!!" gritou um marinheiro do alto de um barco gigante. Marisco olhou para cima e viu o homem que lhe gritava. "Ei! Pequeno! Você tem tabaco!?" Marisco acenou com o polegar que sim e cheio de felicidade sentiu que esse foi o seu primeiro sinal de marinheiro. Subiu a bordo e esperou o marinheiro descer do maste. "O que você tá esperando?! SOBE!!" E Marisco subiu nas cordas, sem conseguir parar de sorrir, subindo até o marinheiro... Quando chegou lá, avistou pela primeira vez sua cidade como o pedaço de terra que é. Ficou maravilhado. Olhou para o outro lado, e viu o mar... O marinheiro, surpreso com a expressão do garoto, disse: Olha, em um mês vamos partir para as Indias. Vamos tentar um novo caminho. Marisco já não pensava em nada. Sentia as infinitas possibilidades dessa viagem
- É mesmo? Como eu gostaria de ir!
- Ora... Você já é grandinho. Pode nos acompanhar se quiser. Estamos em falta de homens... Ninguém tem coragem de tentar algo novo.
- Mas... Eu não sei navegar.
- Hah! Isso é o mais fácil. Você parece um pouco inteligente... Vai aprender rápidinho. O mais díficil você já tem! E isso é vontade! É escutar o mar te chamando e ir por ele!
- Que lindo amor...
- Que cosa?
- Nada... Seguí...
Então em um mês o barco zarpou e atravessou o Atlântico... Descobriram um continente novo e pelos próximos 500 anos foram escravizados e explorados.
- Buuu... ¡¿Qué paso?!
Mas Marisco não estava nesse barco... Ele não embarcou. Quando saiu do barco naquele dia, encontrou com a garota de tranças... Terminaram por se apaixonar e viajaram ao interior... Anos depois Marisco comprou um barquinho e ele e a família que ele e a menina de tranças construíram passavam dias felizes a bordo...
- ¡Yo pensé que él iba a bordo! Que mierda Aron...
- No... Marisco se quedó... Pero igualmente, siguió su corazón.
:)
- ¡Yo prifiero las otras aventuras!
- Lo sé... Esas se quedan para nosotros.
Eram 4 da madrugada e ela dormia de costas pra mim, encostada no seu assento e com parte da cabeça encostada na janela. Eu olhava as luzes do farol do ônibus iluminar trechos de cimento e pastos ao lado por instantes que pareciam continuos, como a projeção de um filme...
Ela se vira e me diz com voz sonolenta: Contame una história...
Fiquei um pouco assustado com a enorme pressão da tarefa pedida e perguntei: Hmmm ¿cual?
- Cualquiera.
- Bueno...
- ¡En portugués!
- Tá bom...
Era uma vez um menino chamado Marisco... Era filho de comerciante e sua família vivia bem. Humilde. Seu pai queria que ele fosse comerciante assim como ele... pra dar continuidade ao seu trabalho e ao sustento da família. Marisco escutava esse discurso todas as noites e pensava que seu pai o repetia porque sabia que seu filho no fundo não queria nada disso. Ele sabia que seu pai fora igual a ele... e por algum motivo ele seguiu a vontade do seu pai (avô de Marisco) e precisava repetir isso com seu filho por algum motivo mais estranho ainda. Marisco sabia disso tudo e deixava seu pai pensar que era isso o que ele também queria: seguir a carreira da família e assumir a oficina. Mas no fundo ele não pensava isso... Ele queria ser capitão de um barco e estava preparado mentalmente para um dia fugir daquilo tudo e ir embora...
- ¿Embora?
- Sí... Es como ir de un lugar. Irte... Go away... No sé explicar.
- Está bien... Entendi.
Então, um dia Marisco estava passeando pelo porto... Era para estar vendendo tabaco e especiarías do tipo mas era apenas uma desculpa para olhar todos esses barcos enormes e pessoas corajosas que enfrentavam o desconhecido todos os dias. Ele sonhava com o mar. Queria o ar fresco intocado dos oceanos. Ah como era bom boiar em sonhos! Ele viu uma garota passar por ele... de tranças. Era diferente das meninas da cidade. Tinha coragem e parecia destemida! Ela se misturou com a multidão e Marisco voltou a admirar os barcos... "Ei!!" gritou um marinheiro do alto de um barco gigante. Marisco olhou para cima e viu o homem que lhe gritava. "Ei! Pequeno! Você tem tabaco!?" Marisco acenou com o polegar que sim e cheio de felicidade sentiu que esse foi o seu primeiro sinal de marinheiro. Subiu a bordo e esperou o marinheiro descer do maste. "O que você tá esperando?! SOBE!!" E Marisco subiu nas cordas, sem conseguir parar de sorrir, subindo até o marinheiro... Quando chegou lá, avistou pela primeira vez sua cidade como o pedaço de terra que é. Ficou maravilhado. Olhou para o outro lado, e viu o mar... O marinheiro, surpreso com a expressão do garoto, disse: Olha, em um mês vamos partir para as Indias. Vamos tentar um novo caminho. Marisco já não pensava em nada. Sentia as infinitas possibilidades dessa viagem
- É mesmo? Como eu gostaria de ir!
- Ora... Você já é grandinho. Pode nos acompanhar se quiser. Estamos em falta de homens... Ninguém tem coragem de tentar algo novo.
- Mas... Eu não sei navegar.
- Hah! Isso é o mais fácil. Você parece um pouco inteligente... Vai aprender rápidinho. O mais díficil você já tem! E isso é vontade! É escutar o mar te chamando e ir por ele!
- Que lindo amor...
- Que cosa?
- Nada... Seguí...
Então em um mês o barco zarpou e atravessou o Atlântico... Descobriram um continente novo e pelos próximos 500 anos foram escravizados e explorados.
- Buuu... ¡¿Qué paso?!
Mas Marisco não estava nesse barco... Ele não embarcou. Quando saiu do barco naquele dia, encontrou com a garota de tranças... Terminaram por se apaixonar e viajaram ao interior... Anos depois Marisco comprou um barquinho e ele e a família que ele e a menina de tranças construíram passavam dias felizes a bordo...
- ¡Yo pensé que él iba a bordo! Que mierda Aron...
- No... Marisco se quedó... Pero igualmente, siguió su corazón.
:)
- ¡Yo prifiero las otras aventuras!
- Lo sé... Esas se quedan para nosotros.
11 de out. de 2010
canto do amado
e ela disse
que me adora
que me ama
e me quer bem
é isso ai,
gostoso,
vamo lá.
(liberação 08/07/10)
que me adora
que me ama
e me quer bem
é isso ai,
gostoso,
vamo lá.
(liberação 08/07/10)
Icaro
Voe baixo demais
e o mar, com suas ondas
te matará.
Voe alto demais
e o sol, com suas chamas
te queimará.
Voe no meio
e à Sicília, a salvo,
chegarás.
(liberação 26/06/10)
e o mar, com suas ondas
te matará.
Voe alto demais
e o sol, com suas chamas
te queimará.
Voe no meio
e à Sicília, a salvo,
chegarás.
(liberação 26/06/10)
e eu vi mais...
e um exemplo perfeito
que o céu e o inferno
é aqui
e que o espírito
não se divide do corpo.
(liberação 19/12/07)
que o céu e o inferno
é aqui
e que o espírito
não se divide do corpo.
(liberação 19/12/07)
bela arvore
bela árvore
brilhando em frente ao sol
suas folhas gritam vida
gozam noite e dia
ao toque suave
do vento.
o gentil vento...
(liberação 26/11/07)
brilhando em frente ao sol
suas folhas gritam vida
gozam noite e dia
ao toque suave
do vento.
o gentil vento...
(liberação 26/11/07)
conectados
... e estavam conectados.
ninguém nunca se perguntou
por que
seus sentimentos traziam a memória
entes queridos
ausentes.
(liberação 15/10/07)
ninguém nunca se perguntou
por que
seus sentimentos traziam a memória
entes queridos
ausentes.
(liberação 15/10/07)
O que virá
O que virá
depois do homem
exterminar a si mesmo?
Depois que
essas figuras
que o homem louvou tanto
trazerem nada além de destruição?
depois do homem
exterminar a si mesmo?
Depois que
essas figuras
que o homem louvou tanto
trazerem nada além de destruição?
(liberação)
8 de out. de 2010
Leila
Acho que amo ela;
Não.
Eu amo ela.
Penso que amo ela;
Não.
Eu amo ela.
Creio que amo ela;
Não.
Eu amo ela.
Sei que amo ela;
Não.
Eu amo ela.
Posso dizer que te amo;
Dizer com toda a segurança do mundo que te amo;
Mas nunca nada do que eu diga ou faça;
Vai superar o meu amar você.
Eu te amo.
Não.
Eu amo ela.
Penso que amo ela;
Não.
Eu amo ela.
Creio que amo ela;
Não.
Eu amo ela.
Sei que amo ela;
Não.
Eu amo ela.
Posso dizer que te amo;
Dizer com toda a segurança do mundo que te amo;
Mas nunca nada do que eu diga ou faça;
Vai superar o meu amar você.
Eu te amo.
7 de out. de 2010
Autoconhecimento
Que díficil começar com esse título;
Quem sou eu pra escrever algo sobre isso?
O que é isso?
É saber o que eu sou?
Se é isso, eu não faço idéia.
Posso dizer de coisas que fiz;
ou não fiz;
e assim entrar em certas categorias;
certos títulos, gêneros...
Posso dizer da cor da minha pele;
da minha altura, cor de olhos, peso;
Posso falar do meu "tipo psicológico";
meus traumas, meu passado, minha memória;
Mas eu não sou isso.
Nada disso.
Com a ajuda de Krishnamurti;
Tenho voltado a mim mesmo com muita frequencia;
E descoberto muitas coisas;
Ele não me ofereceu um sistema para pensar;
nem ações para se imitar;
nem nada disso...
O que veio a mim foi um espelho;
e não um que está no banheiro;
que posso ir e olhar a fundo nos próprios olhos do reflexo;
e sentir coisas e admirar o escuro do meu ser que essas púpilas negras escondem...
Se é um espelho;
ele está todo o tempo a minha frente.
Não... Estou errado.
Não é um espelho;
Não vejo um reflexo;
Vejo a mim mesmo.
E sou mesquinho, ciumento, medroso, preguiçoso e teimoso.
Egoísta.
Mas essas coisas são apenas palavras...
Que não me fecham de maneira alguma.
Assim como essas mesmas, neste blog;
Que dizem nada;
sobre nada.
Que seja real.
Quem sou eu pra escrever algo sobre isso?
O que é isso?
É saber o que eu sou?
Se é isso, eu não faço idéia.
Posso dizer de coisas que fiz;
ou não fiz;
e assim entrar em certas categorias;
certos títulos, gêneros...
Posso dizer da cor da minha pele;
da minha altura, cor de olhos, peso;
Posso falar do meu "tipo psicológico";
meus traumas, meu passado, minha memória;
Mas eu não sou isso.
Nada disso.
Com a ajuda de Krishnamurti;
Tenho voltado a mim mesmo com muita frequencia;
E descoberto muitas coisas;
Ele não me ofereceu um sistema para pensar;
nem ações para se imitar;
nem nada disso...
O que veio a mim foi um espelho;
e não um que está no banheiro;
que posso ir e olhar a fundo nos próprios olhos do reflexo;
e sentir coisas e admirar o escuro do meu ser que essas púpilas negras escondem...
Se é um espelho;
ele está todo o tempo a minha frente.
Não... Estou errado.
Não é um espelho;
Não vejo um reflexo;
Vejo a mim mesmo.
E sou mesquinho, ciumento, medroso, preguiçoso e teimoso.
Egoísta.
Mas essas coisas são apenas palavras...
Que não me fecham de maneira alguma.
Assim como essas mesmas, neste blog;
Que dizem nada;
sobre nada.
Que seja real.
17 de set. de 2010
Raison d'être
"For Indian art, man is god, and art is created so that he might experience this truth and need art no longer... Its raison d'être lies in the fact that it points beyond itself: it can appear as essence only to someone limited by Ignorance (avidyā), Not-yet-enlightened (a-pra-buddha):
'For the Brahmin versed in sacrifice and the Vedic texts, God is in fire;
for the worshiper, in his own heart;
for the Not-yet-enlightened, in the sacred image;
but for him who is aware of the highest Self, God is in All Things.'"
- Henrich Zimmer, Artistic Form and Yoga in the Sacred Images of India. quotation from Kulārnava Tantra IX.44.
'For the Brahmin versed in sacrifice and the Vedic texts, God is in fire;
for the worshiper, in his own heart;
for the Not-yet-enlightened, in the sacred image;
but for him who is aware of the highest Self, God is in All Things.'"
- Henrich Zimmer, Artistic Form and Yoga in the Sacred Images of India. quotation from Kulārnava Tantra IX.44.
15 de set. de 2010
Caminho da Deusa
Estava em uma cidade do interior;
Feiras, Fogos, Festas.
Uma barraca me chama a atenção;
Uma cartomante me desafia:
"Se a Deusa está com você,
então esta pedra, na sua mão,
pedra ficará.
Senão, na sua mão,
ela se dissolverá."
Pôs em minha mão uma pedra;
Negra e dura como a escuridão.
Fechou minha mão;
e em pó se transformou.
As cartomantes ao meu redor riram.
Com o orgulho ferido caminhei
pensando em como não acredito nisso
e como tudo não passa de superstição.
Uma mesa de poker;
Vários senhores a jogar;
Todos eles, perigosos.
Joguei a primeira mão;
acreditando não ter sorte,
pois a Deusa não estava comigo.
Desanimado e sem esperanças;
Ganhei com um Street Flush de corações.
Ganhei muito dinheiro.
E, detalhe muito importante:
A Deusa não estava comigo.
a fada estava lá,
como em outro sonho,
me guiando.
Feiras, Fogos, Festas.
Uma barraca me chama a atenção;
Uma cartomante me desafia:
"Se a Deusa está com você,
então esta pedra, na sua mão,
pedra ficará.
Senão, na sua mão,
ela se dissolverá."
Pôs em minha mão uma pedra;
Negra e dura como a escuridão.
Fechou minha mão;
e em pó se transformou.
As cartomantes ao meu redor riram.
Com o orgulho ferido caminhei
pensando em como não acredito nisso
e como tudo não passa de superstição.
Uma mesa de poker;
Vários senhores a jogar;
Todos eles, perigosos.
Joguei a primeira mão;
acreditando não ter sorte,
pois a Deusa não estava comigo.
Desanimado e sem esperanças;
Ganhei com um Street Flush de corações.
Ganhei muito dinheiro.
E, detalhe muito importante:
A Deusa não estava comigo.
a fada estava lá,
como em outro sonho,
me guiando.
14 de set. de 2010
8 de set. de 2010
5 de set. de 2010
burst
cansado
de lutar
contra mim mesmo
queria deixar
toda essa loucura
tomar conta
e que venha
o fim do mundo.
para ver
que é
o que quero
com tudo isso.
de lutar
contra mim mesmo
queria deixar
toda essa loucura
tomar conta
e que venha
o fim do mundo.
para ver
que é
o que quero
com tudo isso.
24 de ago. de 2010
No alto mar
De repente
em alto mar
ondas me levam
de um lado
para outro.
No horizonte
uma tempestade
se avista, densa
escura e ameaçante.
Tenho medo.
A mãe
faz sua voz
ressoar como trovao
me diz:
para voltar para casa
vai ter que ir lá, no meio da tempestade.
Fui
e acordei.
em alto mar
ondas me levam
de um lado
para outro.
No horizonte
uma tempestade
se avista, densa
escura e ameaçante.
Tenho medo.
A mãe
faz sua voz
ressoar como trovao
me diz:
para voltar para casa
vai ter que ir lá, no meio da tempestade.
Fui
e acordei.
15 de ago. de 2010
Natureza
Quando você vai deixar
de ser uma desculpa
para as coisas mais racionais
já pensadas?
I almost can smell the fun
de ser uma desculpa
para as coisas mais racionais
já pensadas?
I almost can smell the fun
Queda
por mais doloroso que seja
o melhor lugar para cair
é em si mesmo.
dói, mas constrói.
despedaça o ego
(coisa bem impactante)
mas te prepara
o caminho dos céus.
já dizia meu amigo
em distantes memórias:
pula, merda! pula!
pule em você mesmo...
é uma experiencia e tanto.
o melhor lugar para cair
é em si mesmo.
dói, mas constrói.
despedaça o ego
(coisa bem impactante)
mas te prepara
o caminho dos céus.
já dizia meu amigo
em distantes memórias:
pula, merda! pula!
pule em você mesmo...
é uma experiencia e tanto.
14 de ago. de 2010
e você?
Cadê você?
enquanto escuto
a história desta
contando do outro
que ama tanto
que nao consegue
assumir
seu amor.
Cadê você?
quando preciso
sentir teu calor
e preciso de teus
beijos e abraços
que me fazem
sentir unico neste
mundo solitário
sem você
nada vale.
Cadê você?
perdida
entre argumentos
razoes e racionamientos
Cadê você,
nesta noite
em que meu corpo
te chama tal qual
uma mariposa
a luz de uma lampada
tal qual
o oxigenio
a chama...
Cadê você?
escondida...
em fortalezas
de orgulho e
lógica...
Cadê você?
neste mundo
de emoçoes
e sentimentos
que te pertencem
e te pedem
presença...
Cadê você?
no meu coraçao
que te pede
tal qual
o corpo
pede sangue
e a vida
pede energia
Cadê você?
nesta noite
sombria...
Sem você
toda noite
é sombria
todo dia
é sombrio
tudo
é sombrio
o sol perde luz
e a noite perde
mistério
Sem você
a vida perde graça
Tudo é bobo
e tudo é passageiro
Cadê você?
para dar sentido
a tudo isso?
Cadê você?
Que dá vida
ao meu dia...
e cadê, você
que diz que
me ama tanto...
Cadê você?
Quando preciso...
Cadê você?
minha cara
e preciosa
amiga?
minha cara
e preciosa
vida.
enquanto escuto
a história desta
contando do outro
que ama tanto
que nao consegue
assumir
seu amor.
Cadê você?
quando preciso
sentir teu calor
e preciso de teus
beijos e abraços
que me fazem
sentir unico neste
mundo solitário
sem você
nada vale.
Cadê você?
perdida
entre argumentos
razoes e racionamientos
Cadê você,
nesta noite
em que meu corpo
te chama tal qual
uma mariposa
a luz de uma lampada
tal qual
o oxigenio
a chama...
Cadê você?
escondida...
em fortalezas
de orgulho e
lógica...
Cadê você?
neste mundo
de emoçoes
e sentimentos
que te pertencem
e te pedem
presença...
Cadê você?
no meu coraçao
que te pede
tal qual
o corpo
pede sangue
e a vida
pede energia
Cadê você?
nesta noite
sombria...
Sem você
toda noite
é sombria
todo dia
é sombrio
tudo
é sombrio
o sol perde luz
e a noite perde
mistério
Sem você
a vida perde graça
Tudo é bobo
e tudo é passageiro
Cadê você?
para dar sentido
a tudo isso?
Cadê você?
Que dá vida
ao meu dia...
e cadê, você
que diz que
me ama tanto...
Cadê você?
Quando preciso...
Cadê você?
minha cara
e preciosa
amiga?
minha cara
e preciosa
vida.
13 de ago. de 2010
Si-mesmos
Sua presença
é como o Sol
que já se pos.
A iluminaçao
é independente
da luz.
É dependente
apenas da mente
e do coraçao.
Assim como Cristo.
E eu nao
o represento aqui
em imagens
pois todas elas
carecem de seu
verdadeiro valor.
De um verdadeiro
Amor.
lux
É noite. Parece que lobos uivam. O povo se desespera em terror. Homens fortes e corajosos buscam meios de se encontrar entre as tocas, e organizar a defesa contra essa matilha que já se anunciava há noites.
Mas estou calmo.
Sei que é o vento.
Por saber disso e nao agir como os outros, me acusaram e me expulsaram de minha própria casa. Outro veio e assumiu o papel de Pai e Marido, de minha mulher e filha. Que injustas nossas regras! Quão descartável somos! Essa raiva, anos atrás causaria nada mais que problemas.
Mas ali, ela me iluminou:
Não sou um papel.
Calmo e, para a surpresa de todos, fui embora sem rancor e desejo de vingança. Resignado e com uma certa felicidade em meu interior, procurei um lugar novo para viver. Encontrei uma montanha rochosa e com diversas cavernas. Subi ela e entrei em uma delas. A escuridao me deu medo e nao me atrevi em ir adiante. Aqui na boca é melhor. Tenho a luz do dia de um lado, e uma densa escuridao inexplorada de outro.
A noite me ensinou
a não me aventurar
sem a presença da Lua.
Anos se passaram e de repente já nao conseguia me mover tao facilmente. Uma chuva muito forte há muito havia destruído o meu velho povoado, e penso que sou o único que sobreviveu. Um dia estava a caçar na floresta e de repente se fez noite. A Lua estava lá mas as nuvens bloqueavam a sua ajuda... Tanto que uma escuridao violenta tomou conta dos céus e largou fortes aguas em cima de mim. Raios amarelos iluminavam a noite como nunca havia visto! De repente um deles cai em minha frente e atinge uma árvore! Ela brilhava. Era a coisa mais linda que já havia visto. Essa era a minha mulher! Essa era a minha casa!
Sua luz me chamou.
Abracei-a e me uni a ela.
Por um instante,
parecia a escuridao da caverna,
me chamando para suas profundezas.
Agora eu sentia
que poderia me adentrar nela.
Mas estou calmo.
Sei que é o vento.
Por saber disso e nao agir como os outros, me acusaram e me expulsaram de minha própria casa. Outro veio e assumiu o papel de Pai e Marido, de minha mulher e filha. Que injustas nossas regras! Quão descartável somos! Essa raiva, anos atrás causaria nada mais que problemas.
Mas ali, ela me iluminou:
Não sou um papel.
Calmo e, para a surpresa de todos, fui embora sem rancor e desejo de vingança. Resignado e com uma certa felicidade em meu interior, procurei um lugar novo para viver. Encontrei uma montanha rochosa e com diversas cavernas. Subi ela e entrei em uma delas. A escuridao me deu medo e nao me atrevi em ir adiante. Aqui na boca é melhor. Tenho a luz do dia de um lado, e uma densa escuridao inexplorada de outro.
A noite me ensinou
a não me aventurar
sem a presença da Lua.
Anos se passaram e de repente já nao conseguia me mover tao facilmente. Uma chuva muito forte há muito havia destruído o meu velho povoado, e penso que sou o único que sobreviveu. Um dia estava a caçar na floresta e de repente se fez noite. A Lua estava lá mas as nuvens bloqueavam a sua ajuda... Tanto que uma escuridao violenta tomou conta dos céus e largou fortes aguas em cima de mim. Raios amarelos iluminavam a noite como nunca havia visto! De repente um deles cai em minha frente e atinge uma árvore! Ela brilhava. Era a coisa mais linda que já havia visto. Essa era a minha mulher! Essa era a minha casa!
Sua luz me chamou.
Abracei-a e me uni a ela.
Por um instante,
parecia a escuridao da caverna,
me chamando para suas profundezas.
Agora eu sentia
que poderia me adentrar nela.
11 de ago. de 2010
de "Notebooks"
"He looked at his own Soul
with a Telescope. What seemed
all irregular, he saw and
shewed to be beautiful
Constellations; and he added
to the Consciousness hidden
worlds within worlds."
- Coleridge
I recommend everyone to try it out.
with a Telescope. What seemed
all irregular, he saw and
shewed to be beautiful
Constellations; and he added
to the Consciousness hidden
worlds within worlds."
- Coleridge
I recommend everyone to try it out.
9 de ago. de 2010
o flashback em ganga bruta
lembrar é um ato do presente.
é dar vida a energias latentes;
ao mesmo tempo reviver imagens mortas;
e viver o próprio presente.
obrigado Humberto Mauro,
por um flashback digno
que nos devolve, não só a uma consciência
como a um personagem alterado.
8 de ago. de 2010
about the future...
I don't know;
and I don't wanna know.
I wanna live.
Answers are helpless;
for Life's almighty power of change.
I just wanna live..
By knowing oneself;
You can feel the eternity of the moment.
The past and future are within you, today.
I live.
with all the implications of the verb.
and I don't wanna know.
I wanna live.
Answers are helpless;
for Life's almighty power of change.
I just wanna live..
By knowing oneself;
You can feel the eternity of the moment.
The past and future are within you, today.
I live.
with all the implications of the verb.
4 de ago. de 2010
29 de jul. de 2010
window
Where does any window lead to That isn't in our hearts? |
When did the window Became such an important metaphor? |
21 de jul. de 2010
novamente e outra vez
...novamente
em teus braços
um beijo
um abraço
Sao as coisas
mais importantes
que uma pessoa
deve vivenciar
Outra vez!
em meus braços
um beijo
um abraço
Te espero
para...
em teus braços
um beijo
um abraço
Sao as coisas
mais importantes
que uma pessoa
deve vivenciar
Outra vez!
em meus braços
um beijo
um abraço
Te espero
para...
4 de jul. de 2010
Ai do Egoísta
Ai do Egoísta
que reclama para si
o que não pode dar.
Ai do Egoísta
que exige dos outros
justo o que lhe falta.
Ai do Egoísta
que sozinho
pensa estar no céu.
Ai do Egoísta
ao saber
que ele sou eu.
que reclama para si
o que não pode dar.
Ai do Egoísta
que exige dos outros
justo o que lhe falta.
Ai do Egoísta
que sozinho
pensa estar no céu.
Ai do Egoísta
ao saber
que ele sou eu.
24 de jun. de 2010
Lúcifer
- "Pai! Pai!! Pai!!!", gritou o anjo Lúcifer aos céus. Como sempre, não houve resposta. Ele voava desesperado entre as belas nuvens recém formadas, vindas lá de baixo. Procurava seu Pai entre as nuvens e nunca o encontrava. O anjo Gabriel apareceu voando a sua frente, brincando com pássaros.
- Gabriel! Gabriel!
Gabriel, com seus cabelos longos e louros voltou a cabeça a Lúcifer e sorriu ao ver seu irmão por ali.
- Lúcifer! Que fazes por aqui, irmão?
- Procuro o Pai, Gabriel.
- Ora Lúcifer, você sabe que é impossível encontrá-Lo assim... Ele que vêm a você, não se lembra?
- Sim, sim, mas estou desesperado, irmão, sinto uma angústia em meu peito que não a entendo.
- Angústia? O que é isso?
- É algo horrível, irmão. Te consome por dentro. Corrói o teu coração como fogo quente a brasa. E não é a primeira vez que sinto isso e quero entender o porque disso! Por que sou o único dos filhos que sente esse tormento??
- Acalme-se Lúcifer, você é o mais velho. Deve vir com a idade, não?
- Não Gabriel. No fundo sempre a senti, mas agora está insuportável.
- Realmente não faço idéia do que dizes.
- Quero saber. Quero encontrar nosso Pai.
Os dois irmãos se calaram, observando os pássaros brincarem entre si. Lúcifer perguntou a Gabriel:
- Voce já viu o Pai?
- Já O vi, sim, Lúcifer.
- Quando???
- Em sonhos...
Lúcifer se pôs a pensar no porque que nunca tinha visto seu próprio Pai. Olhou para baixo e viu uma gama incrível de cores. Calmante e excitante ao mesmo tempo...
- Gabriel... Você nunca pensou em como deve ser lá embaixo?
- Não, Lúcifer, porque é impossível. É como um leão querer voar.
- Eu penso bastante...
- Pois bem, não pense muito, Lúcifer... Os irmãos estão se reunindo no Gatyanaya. Você vem?
- Não.
Gabriel saiu voando dali junto com os pássaros em direção ao Sol. Lúcifer, confuso, voou um pouco mais até o Sol se pôr. Reinou a escuridão. Por um instante pensou no porquê que as estrelas ainda não haviam aparecido... Ignorou. Se voltou para dentro, para sua angústia. Sentia que ia explodir. Fechou os olhos em busca de algo, com muita força segurou todo o ar que podia, mordeu os dentes para logo relaxar e exalar todo o ar em uma explosão de alívio. Abriu os olhos e foi quando, olhando para baixo, avistou um ponto amarelo brilhando, lindo e hipnotizante. Chamava-o para si. Parecia uma estrela, porém desconhecida. De alguma maneira essa visão tinha relação com sua angústia. Ele sentia isso. Seu coração ansiava por essa imagem. Seus olhos brilharam mais forte do que nunca e com grande força voou em direção ao ponto cintilante. Rompendo todo o ar e vento que lhe impedia de chegar ao chão, o anjo fechou os olhos e com toda sua força e velocidade se chocou contra uma parede marrom que nada tinha de igual ao ponto brilhante que tanto queria alcançar...
Era a primeira vez que um anjo pisava em terra. Como um recém-nascido que caminha pela primeira vez, levantou-se e sorriu de alegria. Sentia uma felicidade enorme. Absorto, olhou em volta e avistou algo parecido a uma nuvem, só que era de palha. Tinha um buraco no meio, convidando a escuridão, e uma fumaça negra saindo de cima em direção a sua casa, os céus. O anjo aproximou-se e via que algo brilhava lá dentro... Sua angústia havia se transformado e dado lugar a grande excitação e curiosidade. Entrou ali, nessa pequena toca e avistou um pequeno fogo queimando no chão, e ao lado, um ser parecido com ele mesmo, só que sem asas. Os dois olhavam profundamente nos olhos um do outro. Lúcifer, extasiado, perguntou:
- Pai?
- Gabriel! Gabriel!
Gabriel, com seus cabelos longos e louros voltou a cabeça a Lúcifer e sorriu ao ver seu irmão por ali.
- Lúcifer! Que fazes por aqui, irmão?
- Procuro o Pai, Gabriel.
- Ora Lúcifer, você sabe que é impossível encontrá-Lo assim... Ele que vêm a você, não se lembra?
- Sim, sim, mas estou desesperado, irmão, sinto uma angústia em meu peito que não a entendo.
- Angústia? O que é isso?
- É algo horrível, irmão. Te consome por dentro. Corrói o teu coração como fogo quente a brasa. E não é a primeira vez que sinto isso e quero entender o porque disso! Por que sou o único dos filhos que sente esse tormento??
- Acalme-se Lúcifer, você é o mais velho. Deve vir com a idade, não?
- Não Gabriel. No fundo sempre a senti, mas agora está insuportável.
- Realmente não faço idéia do que dizes.
- Quero saber. Quero encontrar nosso Pai.
Os dois irmãos se calaram, observando os pássaros brincarem entre si. Lúcifer perguntou a Gabriel:
- Voce já viu o Pai?
- Já O vi, sim, Lúcifer.
- Quando???
- Em sonhos...
Lúcifer se pôs a pensar no porque que nunca tinha visto seu próprio Pai. Olhou para baixo e viu uma gama incrível de cores. Calmante e excitante ao mesmo tempo...
- Gabriel... Você nunca pensou em como deve ser lá embaixo?
- Não, Lúcifer, porque é impossível. É como um leão querer voar.
- Eu penso bastante...
- Pois bem, não pense muito, Lúcifer... Os irmãos estão se reunindo no Gatyanaya. Você vem?
- Não.
Gabriel saiu voando dali junto com os pássaros em direção ao Sol. Lúcifer, confuso, voou um pouco mais até o Sol se pôr. Reinou a escuridão. Por um instante pensou no porquê que as estrelas ainda não haviam aparecido... Ignorou. Se voltou para dentro, para sua angústia. Sentia que ia explodir. Fechou os olhos em busca de algo, com muita força segurou todo o ar que podia, mordeu os dentes para logo relaxar e exalar todo o ar em uma explosão de alívio. Abriu os olhos e foi quando, olhando para baixo, avistou um ponto amarelo brilhando, lindo e hipnotizante. Chamava-o para si. Parecia uma estrela, porém desconhecida. De alguma maneira essa visão tinha relação com sua angústia. Ele sentia isso. Seu coração ansiava por essa imagem. Seus olhos brilharam mais forte do que nunca e com grande força voou em direção ao ponto cintilante. Rompendo todo o ar e vento que lhe impedia de chegar ao chão, o anjo fechou os olhos e com toda sua força e velocidade se chocou contra uma parede marrom que nada tinha de igual ao ponto brilhante que tanto queria alcançar...
Era a primeira vez que um anjo pisava em terra. Como um recém-nascido que caminha pela primeira vez, levantou-se e sorriu de alegria. Sentia uma felicidade enorme. Absorto, olhou em volta e avistou algo parecido a uma nuvem, só que era de palha. Tinha um buraco no meio, convidando a escuridão, e uma fumaça negra saindo de cima em direção a sua casa, os céus. O anjo aproximou-se e via que algo brilhava lá dentro... Sua angústia havia se transformado e dado lugar a grande excitação e curiosidade. Entrou ali, nessa pequena toca e avistou um pequeno fogo queimando no chão, e ao lado, um ser parecido com ele mesmo, só que sem asas. Os dois olhavam profundamente nos olhos um do outro. Lúcifer, extasiado, perguntou:
- Pai?
23 de jun. de 2010
Inferno
Lá do outro lado,
aquele que leu
com o coraçao
estava certo:
Nao se curvou ao homem,
por amor, e nao orgulho.
Nao se curvou ao homem,
por amor, e nao orgulho.
Ao inferno,
obediente,
foi.
O inferno
é a ausencia
é a ausencia
do ente amado.
Satanás é o maior
amante de Deus.
foto por Luc Viatour
16 de jun. de 2010
Adam
Título em homenagem ao meu irmao e aniversariante de hoje: Adam
Pequeno curta estrelando Guilherme Retz e Renata Rocha.
Com camera e fotografia de Henrique Smith
Feliz Aniversário Adao!!!
6 de jun. de 2010
Diário
Tem coisas que nem escrevendo em um diário serao revividas ou sentidas outra vez.
Tem coisas que sao incriveis. Momentos em que o coraçao bate diferente..
Momentos que sao dignos de congelar no tempo para futura contemplaçao.
Mas é impossivel. Nada é tao valioso, nenhuma obra de arte é tao grande, que rouba a preciosidade do agora... Tal como se a Lua quisesse roubar a luz do Sol.
Como um filme o tempo.
O tempo a eternidade.
Seus desejos e medos, você mesmo.
Tem coisas que sao incriveis. Momentos em que o coraçao bate diferente..
Momentos que sao dignos de congelar no tempo para futura contemplaçao.
Mas é impossivel. Nada é tao valioso, nenhuma obra de arte é tao grande, que rouba a preciosidade do agora... Tal como se a Lua quisesse roubar a luz do Sol.
Como um filme o tempo.
O tempo a eternidade.
Seus desejos e medos, você mesmo.
2 de jun. de 2010
família
Onde foi parar
nossa uniao
que durou tao pouco
Em meu coraçao
eterna
mas realmente
durou muito pouco
Minha vida vivída
mais em separaçao
que em uniao
E me apego tanto
a esses primeiros anos
em que eramos algo
Hoje vejo cada um em seu canto
literalmente
Só existimos em fotos
lembranças
e pensamentos
Nossos abraços...
aonde foram?
Onde estao?
nossa uniao
que durou tao pouco
Em meu coraçao
eterna
mas realmente
durou muito pouco
Minha vida vivída
mais em separaçao
que em uniao
E me apego tanto
a esses primeiros anos
em que eramos algo
Hoje vejo cada um em seu canto
literalmente
Só existimos em fotos
lembranças
e pensamentos
Nossos abraços...
aonde foram?
Onde estao?
31 de mai. de 2010
Minha primeira entrevista
Esta é uma transcrição do artigo publicado no jornal The Undercurrent, datado 30 de maio de 1969.
"Estranhei quando recebi um telefonema em casa a finais de uma noite de segunda-feira. Sou de uma cidade pequena onde todos se conhecem e ante qualquer evento importante já sabemos pelos gritos dos vizinhos contando um ao outro... Poucas pessoas sabem meu telefone e elas nunca me chamam. A voz do outro lado tinha um sotaque inglês e falava as pressas. Se anunciou como Paul McCartney. Logo respondi: Olha, não sei como o senhor conseguiu esse telefone mas com esse sotaque fajuto você devia ter tentado outra personagem!
- Oh não, jovem amigo! Sou Paul McCartney mesmo e você é Peter Garrison, o repórter do jornal escolar que publicou a matéria com o título de Os Beatles são Eternos, não?
- Sim mas... Como...? Isso não é um trote?
- Não, meu caro, e te convido a entrevistar a nós quatro amanhã a noite em Nova York no Hotel Plaza.
- Mas Nova York!! como vou a...?!
Desligou na minha cara. Me encontrei parado em pé, ao lado do telefone as duas da manhã, tendo aula na escola amanhã (sim, eu tinha apenas 16 anos) e a 300 milhas de distancia da maior banda do mundo: Os Beatles.
Essa noite dormi muito pouco ou nada. Encarei o teto do meu quarto como se ele contivesse as respostas de todas as minhas perguntas e ansiedades. Ir a Nova York amanhã? Isso implicaria faltar a aula! Conto aos meus pais??? Não! Não me deixariam ir! Me preparei mentalmente para a manhã: tomar banho, tomar o café da manhã sem dar índices de algo estranho, sair e ir correndo a estação de trem e comprar uma passagem a Nova York! E assim eu fiz. Tirei todo o meu dinheiro guardado debaixo do colchão e fui a estação, bem vestido e com um caderno e caneta a disposição.
Aproveitando o tempo de viagem, formulei e escrevi minhas perguntas. Minha entrevista com Os Beatles:
Peter (Eu): - É uma grande honra estar aqui com vocês, Paul, John, George e Ringo. Grande, gigante honra. Não sei muito bem como funciona isso... É a primeira entrevista que faço.
John: - Apenas pergunte o que queira saber, rapaz.
Peter: - Me desculpem... Bom... Minha primeira pergunta é... É de conhecimento público que vocês estão trabalhando em um album novo...
George: - Respondemos esses tipos de perguntas ontem... Paul, você disse que ia ser diferente, mas que infernos?
Paul: - É, talvez eu me enganei... Olha, garoto, faça-nos perguntas de verdade!
Ringo: - É! Não essas coisas cansadas que todos já sabem!
Peter: - Ehm... Desculpem... Não sei o que voces querem dizer com isso...
George: - Olha, eu li o seu artigo sobre nós e eu o achei muito bom de verdade. Não sei como Paul o conseguiu...
Paul: - Foi a Natal...
George: - Não me importa... Mas... Seu artigo... Enfim... Nos emocionou muito.
Peter: - Bom... Eu não sei o que dizer... Obrigado?
Ringo: - O que você quer realmente saber de nós, garoto?
George: - Você é o primeiro a ter essa exclusiva...
Paul: - Vamos, garoto, o que você quer saber?
Fiquei branco. Nenhuma pergunta me veio a cabeça e um silêncio estarrecedor tomou conta do quarto de hotel de Paul...
John: - Que besteira, vou sair.
Guardei silêncio enquanto vi John Lennon sair do quarto.
Paul: - Não ligue... Vamos, o que você quer saber?
Os três Beatles me olhavam esperançosos... E não me veio nada a cabeça. Mas de repente olhei a fundo nos olhos de cada um e algo me comoveu. Estavam tristes. Faltava algo no olhar deles... Respirei fundo e tomei coragem...
Peter: - Tem algo que vocês... queiram perguntar a mim?..
Paul: - Não, voce é o entrevistador aqui...
Peter: - Pois me sinto como o entrevistado.
George: - Bem... Que bolas, menino!
Ringo: - Gostei! Pois eu tenho uma pergunta!.. Você gostou do último album?
Estranhei a pergunta mas arrisquei:
Peter: - Honestamente, da pista 1 a 6, sim. O resto, não.
Paul: - Porque? Os nossos fãs de verdade adoraram o disco!
Peter: - ...É porque eles comem o que vocês derem, não o que eles querem.
George: - Ora essa... Agora ficou interessante!
Ringo: - Muito bem... Viu, Paul.
Paul: - O que você acha dos nossos discos anteriores?
Peter: - Amo todos de coração. Muitas músicas me ajudaram em épocas difíceis da minha vida... O trabalho de vocês realmente significa muito pra mim.
Paul: - Sério? Como qual?
Peter: - Como em And Your Bird Can Sing... É uma música-amiga pra mim! Me abriu os olhos para quem sou e me ajudou a sair de uma péssima relação... Graças a essa música, pude ver a verdade. Sentir ela.
Ringo: - Hmm... Interessante! E que mais??
George: - É... Que mais?
Peter: - Help! In My Life, Here There and Everywhere... São amigas de verdade... Escuto e sinto amor. Sinto um abraço amigo. Sinto vida fluir dentro de mim... Imagino que vocês a compõem assim... Só pode ser.
Ringo: - É.. é...
Paul: - Bem... Claro que não é intencional... Não expresso um abraço nem nada quando componho mas... Sim, pode ser.
George: - Garoto... Bom... Não sei o que dizer... Acho que Obrigado é a melhor coisa a dizer.
Peter: - Mas... Porque?
George, Paul e Ringo se entreolharam...
Paul: - Sei que isso é uma entrevista jornalística... Ou algo do tipo né... Mas vamos contar algo que você deve guardar para si mesmo.
Peter: - O quê?
Paul ia dizer algo mas George o interrompeu.
George: - Nada, Paul...
Paul: - É... Melhor não... Deixe ser.
Ringo: - Isso... Deixe ser.
Paul: - Peter, foi um prazer te conhecer e esclarecer certas dúvidas... Seu artigo foi chave para o que está por vir.
Peter: - Não entendo...
George: - Logo vai entender, fique calmo...
Como um corte cinematográfico, a porta se fechou atrás de mim e me encontrei parado em um dos corredores de luxo do famoso Plaza Hotel... Sem entender nada do que passou, o apito tocou e a cidade me recebeu com suas sombras, prontas para me devorar...
Ao descer, vislumbrava os arranha-céus e tropecei em uma escada... Dei de cara com uma banca de jornais e com uma manchete que dizia: Após uma longa turnê, Os Beatles se foram!"
"Estranhei quando recebi um telefonema em casa a finais de uma noite de segunda-feira. Sou de uma cidade pequena onde todos se conhecem e ante qualquer evento importante já sabemos pelos gritos dos vizinhos contando um ao outro... Poucas pessoas sabem meu telefone e elas nunca me chamam. A voz do outro lado tinha um sotaque inglês e falava as pressas. Se anunciou como Paul McCartney. Logo respondi: Olha, não sei como o senhor conseguiu esse telefone mas com esse sotaque fajuto você devia ter tentado outra personagem!
- Oh não, jovem amigo! Sou Paul McCartney mesmo e você é Peter Garrison, o repórter do jornal escolar que publicou a matéria com o título de Os Beatles são Eternos, não?
- Sim mas... Como...? Isso não é um trote?
- Não, meu caro, e te convido a entrevistar a nós quatro amanhã a noite em Nova York no Hotel Plaza.
- Mas Nova York!! como vou a...?!
Desligou na minha cara. Me encontrei parado em pé, ao lado do telefone as duas da manhã, tendo aula na escola amanhã (sim, eu tinha apenas 16 anos) e a 300 milhas de distancia da maior banda do mundo: Os Beatles.
Essa noite dormi muito pouco ou nada. Encarei o teto do meu quarto como se ele contivesse as respostas de todas as minhas perguntas e ansiedades. Ir a Nova York amanhã? Isso implicaria faltar a aula! Conto aos meus pais??? Não! Não me deixariam ir! Me preparei mentalmente para a manhã: tomar banho, tomar o café da manhã sem dar índices de algo estranho, sair e ir correndo a estação de trem e comprar uma passagem a Nova York! E assim eu fiz. Tirei todo o meu dinheiro guardado debaixo do colchão e fui a estação, bem vestido e com um caderno e caneta a disposição.
Aproveitando o tempo de viagem, formulei e escrevi minhas perguntas. Minha entrevista com Os Beatles:
Peter (Eu): - É uma grande honra estar aqui com vocês, Paul, John, George e Ringo. Grande, gigante honra. Não sei muito bem como funciona isso... É a primeira entrevista que faço.
John: - Apenas pergunte o que queira saber, rapaz.
Peter: - Me desculpem... Bom... Minha primeira pergunta é... É de conhecimento público que vocês estão trabalhando em um album novo...
George: - Respondemos esses tipos de perguntas ontem... Paul, você disse que ia ser diferente, mas que infernos?
Paul: - É, talvez eu me enganei... Olha, garoto, faça-nos perguntas de verdade!
Ringo: - É! Não essas coisas cansadas que todos já sabem!
Peter: - Ehm... Desculpem... Não sei o que voces querem dizer com isso...
George: - Olha, eu li o seu artigo sobre nós e eu o achei muito bom de verdade. Não sei como Paul o conseguiu...
Paul: - Foi a Natal...
George: - Não me importa... Mas... Seu artigo... Enfim... Nos emocionou muito.
Peter: - Bom... Eu não sei o que dizer... Obrigado?
Ringo: - O que você quer realmente saber de nós, garoto?
George: - Você é o primeiro a ter essa exclusiva...
Paul: - Vamos, garoto, o que você quer saber?
Fiquei branco. Nenhuma pergunta me veio a cabeça e um silêncio estarrecedor tomou conta do quarto de hotel de Paul...
John: - Que besteira, vou sair.
Guardei silêncio enquanto vi John Lennon sair do quarto.
Paul: - Não ligue... Vamos, o que você quer saber?
Os três Beatles me olhavam esperançosos... E não me veio nada a cabeça. Mas de repente olhei a fundo nos olhos de cada um e algo me comoveu. Estavam tristes. Faltava algo no olhar deles... Respirei fundo e tomei coragem...
Peter: - Tem algo que vocês... queiram perguntar a mim?..
Paul: - Não, voce é o entrevistador aqui...
Peter: - Pois me sinto como o entrevistado.
George: - Bem... Que bolas, menino!
Ringo: - Gostei! Pois eu tenho uma pergunta!.. Você gostou do último album?
Estranhei a pergunta mas arrisquei:
Peter: - Honestamente, da pista 1 a 6, sim. O resto, não.
Paul: - Porque? Os nossos fãs de verdade adoraram o disco!
Peter: - ...É porque eles comem o que vocês derem, não o que eles querem.
George: - Ora essa... Agora ficou interessante!
Ringo: - Muito bem... Viu, Paul.
Paul: - O que você acha dos nossos discos anteriores?
Peter: - Amo todos de coração. Muitas músicas me ajudaram em épocas difíceis da minha vida... O trabalho de vocês realmente significa muito pra mim.
Paul: - Sério? Como qual?
Peter: - Como em And Your Bird Can Sing... É uma música-amiga pra mim! Me abriu os olhos para quem sou e me ajudou a sair de uma péssima relação... Graças a essa música, pude ver a verdade. Sentir ela.
Ringo: - Hmm... Interessante! E que mais??
George: - É... Que mais?
Peter: - Help! In My Life, Here There and Everywhere... São amigas de verdade... Escuto e sinto amor. Sinto um abraço amigo. Sinto vida fluir dentro de mim... Imagino que vocês a compõem assim... Só pode ser.
Ringo: - É.. é...
Paul: - Bem... Claro que não é intencional... Não expresso um abraço nem nada quando componho mas... Sim, pode ser.
George: - Garoto... Bom... Não sei o que dizer... Acho que Obrigado é a melhor coisa a dizer.
Peter: - Mas... Porque?
George, Paul e Ringo se entreolharam...
Paul: - Sei que isso é uma entrevista jornalística... Ou algo do tipo né... Mas vamos contar algo que você deve guardar para si mesmo.
Peter: - O quê?
Paul ia dizer algo mas George o interrompeu.
George: - Nada, Paul...
Paul: - É... Melhor não... Deixe ser.
Ringo: - Isso... Deixe ser.
Paul: - Peter, foi um prazer te conhecer e esclarecer certas dúvidas... Seu artigo foi chave para o que está por vir.
Peter: - Não entendo...
George: - Logo vai entender, fique calmo...
Como um corte cinematográfico, a porta se fechou atrás de mim e me encontrei parado em um dos corredores de luxo do famoso Plaza Hotel... Sem entender nada do que passou, o apito tocou e a cidade me recebeu com suas sombras, prontas para me devorar...
Ao descer, vislumbrava os arranha-céus e tropecei em uma escada... Dei de cara com uma banca de jornais e com uma manchete que dizia: Após uma longa turnê, Os Beatles se foram!"
23 de mai. de 2010
vitae
Ah se as pessoas
se dedicassem
um pouco mais
ao seus espíritos
ao invés
de seus currículos
hahahahahahaha
se dedicassem
um pouco mais
ao seus espíritos
ao invés
de seus currículos
hahahahahahaha
22 de mai. de 2010
A e o silencio
começou
com uma palavra
que começava com A
o A que era apenas letra, então
palavra que expressava toda a Criação
o A que sai da boca de todas as mulheres ao
alcançarem em êxtase todos os prazeres do amor
o A, que transforma dor em prazer, mulher em mãe
o A que libera o homem santo, ao experienciar Deus
o mesmo que o homem comum ao gozar de prazer
o A que grita aquele que perdeu um ente amado
o A que é dor, é vida, é morte e é amor
o A quando pronunciado, diz Tudo
é a primeira e última palavra
tudo está impresso no A
o fim, está no A
terminou
18 de mai. de 2010
Eu rejeito.
Eu rejeito o cristianismo
Eu rejeito o judaismo
Eu rejeito o hinduismo
Eu rejeito o islamismo
Eu rejeito o taoismo
Eu rejeito o budismo
Eu rejeito todas as religioes
Que nao sao a minha.
Eu rejeito a psicologia
Eu rejeito a arte
Eu rejeito a meditaçao
Eu rejeito a revoluçao
Eu rejeito a ciencia
Eu rejeito a sociedade
Eu rejeito todas as instituiçoes
Que me diz como sou
e o que devo fazer.
Eu rejeito tudo
que faça esse Eu
mais duro.
Eu rejeito tudo
que se atreve a
dizer como amar.
Eu rejeito
para poder aceitar.
Eu rejeito
para ser verdadeiro.
Rejeito Eu
para ser eu mesmo.
Eu rejeito o judaismo
Eu rejeito o hinduismo
Eu rejeito o islamismo
Eu rejeito o taoismo
Eu rejeito o budismo
Eu rejeito todas as religioes
Que nao sao a minha.
Eu rejeito a psicologia
Eu rejeito a arte
Eu rejeito a meditaçao
Eu rejeito a revoluçao
Eu rejeito a ciencia
Eu rejeito a sociedade
Eu rejeito todas as instituiçoes
Que me diz como sou
e o que devo fazer.
Eu rejeito tudo
que faça esse Eu
mais duro.
Eu rejeito tudo
que se atreve a
dizer como amar.
Eu rejeito
para poder aceitar.
Eu rejeito
para ser verdadeiro.
Rejeito Eu
para ser eu mesmo.
14 de mai. de 2010
El Desconocido
Depois de quase 3 anos, esse pequeno curta ganhou nova vida pra mim.
Eu o dedico aos que tem medo do inconsciente.
11 de mai. de 2010
João e Alergia
João era um jovem honesto e sincero
porque era alérgico a mentira.
Se alguém mentisse perto dele
ou estivesse vivendo uma mentira, ele espirrava.
Um dia conheceu uma jovem garota chamada Marta
também sincera e honesta como João.
Eles eram felizes e verdadeiros um com o outro.
Em um belo dia de inverno, Marta chegou
e de repente, João começou a espirrar.
João não queria acreditar no que acontecia: - Marta mente!
Começou a fazer perguntas a meio de tantos espirros:
- Conta a verdade! Atchim!! Fala! Vai! ATCHIM!!!
Marta dizia, perplexa, que não havia mentido e
nem tinha cometido algo feio.
João com toda sua ira lhe deu um tapa na cara!
Marta, com o coração partido e a bochecha vermelha,
foi embora e nunca mais voltou...
Mas João continuou a espirrar mesmo assim.
Até o dia em que seu resfriado passou...
porque era alérgico a mentira.
Se alguém mentisse perto dele
ou estivesse vivendo uma mentira, ele espirrava.
Um dia conheceu uma jovem garota chamada Marta
também sincera e honesta como João.
Eles eram felizes e verdadeiros um com o outro.
Em um belo dia de inverno, Marta chegou
e de repente, João começou a espirrar.
João não queria acreditar no que acontecia: - Marta mente!
Começou a fazer perguntas a meio de tantos espirros:
- Conta a verdade! Atchim!! Fala! Vai! ATCHIM!!!
Marta dizia, perplexa, que não havia mentido e
nem tinha cometido algo feio.
João com toda sua ira lhe deu um tapa na cara!
Marta, com o coração partido e a bochecha vermelha,
foi embora e nunca mais voltou...
Mas João continuou a espirrar mesmo assim.
Até o dia em que seu resfriado passou...
10 de mai. de 2010
Imagens
Quem era você, doce amigo
que me ensinou novamente
o que é uma imagem.
Quem era você, doce amigo
a não ser eu mesmo?
Me ensinei outra vez
a imagem impossível de se ver.
que me ensinou novamente
o que é uma imagem.
Quem era você, doce amigo
a não ser eu mesmo?
Me ensinei outra vez
a imagem impossível de se ver.
primeira morte
Quando o homem alcançar a imortalidade
Durará menos que uma vida
Para reinventar a morte.
Durará menos que uma vida
Para reinventar a morte.
30 de abr. de 2010
orgulho
Pedras que carrego
são só minhas
Como vou deixar
você as carregar
Não vou
Não quero
São minhas.
Será possível isso?
Esse egoísmo com
nosso próprio sentimento.
Não vou
Não quero
É meu.
Porque você quer
um pouco disso?
Não vou
Não quero
Assim o cego
rejeita a visão.
são só minhas
Como vou deixar
você as carregar
Não vou
Não quero
São minhas.
Será possível isso?
Esse egoísmo com
nosso próprio sentimento.
Não vou
Não quero
É meu.
Porque você quer
um pouco disso?
Não vou
Não quero
Assim o cego
rejeita a visão.
26 de abr. de 2010
Construindo uma casa
Comecei há algum tempo
a construir uma casa.
Primeiro olhei a outras
e tentei moldar a minha
segundo elas.
Ela era de areia,
e ao primeiro vento forte
desabou.
Olhei mais e mais
e vi que só areia
não era bom.
Comprei cimento
aprendi a usá-lo
e construi a segunda casa.
Ela era cinza e sem graça
e não dava boas vindas
a ninguém.
O que me havia levado meses
derrubei em uma hora.
A terceira casa
começamos por dentro
e a construir lentamente seus espaços.
Amigos aparecem e dão uma mão
e nos divertimos com a construção.
Nos dá boas vindas.
É calorosa e aconchegante.
Amo essa casa.
As vezes tem algo para consertar
dar um toque ali
ou um tapa lá.
Mas apesar de suas falhas
sempre nos dá
seu melhor, seu calor.
Está sempre aí..
Sempre em construção...
É a casa mais bonita de todas
porém ninguém a vê.
É a nossa casa
porém ninguém a possui.
Nela vivemos
dela vivemos
Por isso, ela é impossível de derrubar.
a construir uma casa.
Primeiro olhei a outras
e tentei moldar a minha
segundo elas.
Ela era de areia,
e ao primeiro vento forte
desabou.
Olhei mais e mais
e vi que só areia
não era bom.
Comprei cimento
aprendi a usá-lo
e construi a segunda casa.
Ela era cinza e sem graça
e não dava boas vindas
a ninguém.
O que me havia levado meses
derrubei em uma hora.
A terceira casa
começamos por dentro
e a construir lentamente seus espaços.
Amigos aparecem e dão uma mão
e nos divertimos com a construção.
Nos dá boas vindas.
É calorosa e aconchegante.
Amo essa casa.
As vezes tem algo para consertar
dar um toque ali
ou um tapa lá.
Mas apesar de suas falhas
sempre nos dá
seu melhor, seu calor.
Está sempre aí..
Sempre em construção...
É a casa mais bonita de todas
porém ninguém a vê.
É a nossa casa
porém ninguém a possui.
Nela vivemos
dela vivemos
Por isso, ela é impossível de derrubar.
8 de abr. de 2010
O Livro
dedicado ao meu merda.
Havia um garoto, há muito tempo atrás, chamado Furu. Ele tinha algo de especial, de observador. Era ativo nas atividades do Muva e era como qualquer rapaz de sua idade no que condiz aos deveres sociais. Excelente caçador de javalis, cortejava muitas garotas e gozava de boa saúde. Mas devido ao seu poder de observação percebia mais que os outros o passar do tempo. Isso lhe trazia medo e desespero em certas horas. Furu cresceu e aprendeu a aceitar o fato de que o tempo consume a tudo e a todos, incessantemente. Furu adorava sua mulher e seus filhos, e até isso ele aprendeu a aceitar que um dia iria deixar de existir. Que todos eles iriam crescer, envelhecer, seus corpos a definhar e eventualmente morrer. E isso era aceitável a Furu... Mas o que lhe era dificil aceitar era que o seu trabalho também pereceria. Furu era um contador de histórias. Assim como eu. Furu lutou e trabalhou arduamente por inventar técnicas para que suas histórias se mantivessem ao longo do tempo. Passou a desenhar coisas em pedras para que suas histórias continuassem... Mas isso não era o suficiente e finalmente Furu inventou a escrita. Era algo que só ele entendia e pretendia passar adiante a alguém os conhecimentos dessa escrita e manter sua obra viva. Mas como sabemos, isso não aconteceu. Foi-lhe proíbido pelo Muva o ensinamento de sua escrita. Furu se retirou para as montanhas e lá ficou até o final de sua vida... abandonando o Muva e sua família.
Passaram-se anos e anos, até que um dia, o mestre do meu mestre, Gumna Tut, foi procurar Furu para saber de seu ensinamento... sua escrita. Gumna Tut encontrou a choupana de Furu abandonada e nunca mais ninguém viu a Furu outra vez... Gumna Tut apenas encontrou diversas folhas de papiro com coisas escritas. Todas amontoadas e enroladas envoltas de uma singela corda. E na madeira onde estava guardado todos essas folhas estava escrito algo, que depois Gumna Tut decifrou e dizia: O Livro. Gumna depois de anos de estudos, reflexões e meditações decifrou todo O Livro e contou ao meu mestre: "Furu passou sua vida escrevendo um único livro. E esse livro era sua vida. Ele já não se importava com que outros o lessem, mas apenas em que ele o escrevesse."
Havia um garoto, há muito tempo atrás, chamado Furu. Ele tinha algo de especial, de observador. Era ativo nas atividades do Muva e era como qualquer rapaz de sua idade no que condiz aos deveres sociais. Excelente caçador de javalis, cortejava muitas garotas e gozava de boa saúde. Mas devido ao seu poder de observação percebia mais que os outros o passar do tempo. Isso lhe trazia medo e desespero em certas horas. Furu cresceu e aprendeu a aceitar o fato de que o tempo consume a tudo e a todos, incessantemente. Furu adorava sua mulher e seus filhos, e até isso ele aprendeu a aceitar que um dia iria deixar de existir. Que todos eles iriam crescer, envelhecer, seus corpos a definhar e eventualmente morrer. E isso era aceitável a Furu... Mas o que lhe era dificil aceitar era que o seu trabalho também pereceria. Furu era um contador de histórias. Assim como eu. Furu lutou e trabalhou arduamente por inventar técnicas para que suas histórias se mantivessem ao longo do tempo. Passou a desenhar coisas em pedras para que suas histórias continuassem... Mas isso não era o suficiente e finalmente Furu inventou a escrita. Era algo que só ele entendia e pretendia passar adiante a alguém os conhecimentos dessa escrita e manter sua obra viva. Mas como sabemos, isso não aconteceu. Foi-lhe proíbido pelo Muva o ensinamento de sua escrita. Furu se retirou para as montanhas e lá ficou até o final de sua vida... abandonando o Muva e sua família.
Passaram-se anos e anos, até que um dia, o mestre do meu mestre, Gumna Tut, foi procurar Furu para saber de seu ensinamento... sua escrita. Gumna Tut encontrou a choupana de Furu abandonada e nunca mais ninguém viu a Furu outra vez... Gumna Tut apenas encontrou diversas folhas de papiro com coisas escritas. Todas amontoadas e enroladas envoltas de uma singela corda. E na madeira onde estava guardado todos essas folhas estava escrito algo, que depois Gumna Tut decifrou e dizia: O Livro. Gumna depois de anos de estudos, reflexões e meditações decifrou todo O Livro e contou ao meu mestre: "Furu passou sua vida escrevendo um único livro. E esse livro era sua vida. Ele já não se importava com que outros o lessem, mas apenas em que ele o escrevesse."
27 de mar. de 2010
árvore
gota mais gota
uma grande gota.
assim somos
desde o ínicio.
você parada em uma folha
eu cheguei com a chuva.
no ar, uma eternidade
pra te encontrar e logo
caímos na terra.
e na escuridão
fazemos brotar
a árvore em qual repousavas.
gota mais gota
uma grande gota.
assim somos
desde o ínicio.
eu parado em uma folha
você chegou com a chuva.
no ar, uma eternidade
pra me encontrar e logo
caímos na terra.
e na escuridão
fazemos brotar
a árvore em qual repousava.
você vai, você vem
eu vou, eu volto.
para em uma breve caída
encontrarmos um ao outro.
uma grande gota.
assim somos
desde o ínicio.
você parada em uma folha
eu cheguei com a chuva.
no ar, uma eternidade
pra te encontrar e logo
caímos na terra.
e na escuridão
fazemos brotar
a árvore em qual repousavas.
gota mais gota
uma grande gota.
assim somos
desde o ínicio.
eu parado em uma folha
você chegou com a chuva.
no ar, uma eternidade
pra me encontrar e logo
caímos na terra.
e na escuridão
fazemos brotar
a árvore em qual repousava.
você vai, você vem
eu vou, eu volto.
para em uma breve caída
encontrarmos um ao outro.
24 de mar. de 2010
36º C
Andando pelo corredor percebi que era uma noite morna. Com morna quero dizer que o ar estava parado, sem vento e um clima que não era frio e não era quente... era morno, e sem graça. Essas noites são preocupantes para os homens em estado de ócio. Não sabem o que fazer consigo mesmos. Mas se fazem pelo menos algo, conseguem manter o estado de ócio no ponto certo. Se a noite é fria: buscam um jeito de se aquecer. Se é quente: tiram a camiseta ou ligam o ventilador. Quando morna... eles enfrentam o próprio ócio. E eis que sou um deles.
Entro no quarto e nada tenho a fazer. O ar parado fora da janela me convida a pensamentos que o vento normalmente não deixa surgir. Troco de roupa. Olho o quarto. Sinto o espaço ao meu redor. Ele conspira algo... Conspira para que eu faça algo. O que? Nada. Vou contra meus instintos e apago a luz. Me deito na cama e olho para o teto por aproximadamente meia hora... e aí me bate: Vou rezar. Faz tempo que não rezo. Faz tempo que não penso em Deus. Faz tempo que não sinto minha fé. Me viro de barriga pra baixo e junto minhas mãos em gesto de oração. - Deus, obrigado por esse... - E alguém abre a porta do meu quarto com toda a força! Me viro assustado pra olhar quem era e vejo um velho de barba branca, vestido de branco, e todo ofegante.
- Não continue! Não posso suportar!
- O que??? Quem é você?? O que você quer?!?!
- Não se assuste! Sou Eu! Deus! - E ele avançou o passo para mim e sentou-se ao meu lado na cama.
- Mas...
- Olha... - Ele tinha um cheiro a pessoa velha e um olhar bondoso, porém nesse momento parecia um pouco desesperado. - Vim pedir-te desculpas em pessoa.
- Desculpa porque? Como assim? Quem é você?
Ele recuperou um pouco a calma e me disse o seguinte...
- Sou Deus, Jeová, Pai de Israel. Sou o Próprio a quem você estava a orar. Sou o Deus acima de todos os deuses, assim Me declararam... E vim suplicar-lhe que não ores para Mim. Não posso suportar mais uma oração sem fé. Sem crença. Você não vê? Você não sente? Estou morrendo. E orações como essas são o porque da Minha falta de força. Antes o inferno de Satanás, o medo que as pessoas lhe tem, que a hipocrisia dirigida a Mim. Vim também pedir-lhe desculpas por ter abandonado você. Sei que parte da sua falta de fé é culpa Minha. Também Sou culpado, reconheço... Mas pare, por favor.
- Mas... Eu estava a pedir um pouco de ajuda...
- Olhe, existe horas que não adianta pedir ajuda. Sabe que existem pais que deixam o filho chorar no escuro para que o filho aprenda que eles nem sempre estarão por perto? Eu também faço o mesmo. Uma hora você vai perceber que você não pode contar sempre comigo... Uma hora você vai ter que parar de chorar por conta própria e parar de ter medo por conta própria. Eu vim te dizer que quero estar vivo em você. Em suas memórias. Não te acompanhei bem? Não fui um pouco bom com você? Pois eu te dei conforto quando me pediste. Mas chegou a hora de deixar-te... Então, por favor, pare de orar para mim.
- Mas porque??? Agora que eu sei que você existe! Porque?!
- Porque em parte deixei de ser Deus pra você há muito tempo, e agora aparecendo para você eu completo essa transição. Você está por conta própria.
- Não entendo o porque. Porque isso? Porque?
- Porque eu já não sou o que você precisa. Você vai ter que encontrar uma nova imagem. Provavelmente já a viu em seus sonhos. Ou em algum momento em que estavas sozinho no escuro e eu do lado de fora, esperando brotar isso em você. Está dentro de você. E se quiseres orar... Ore para ela. Ela é a minha mãe, também.
E em um piscar de olhos ele desapareceu... Me encontrei olhando para o teto... Querendo saber o porque que tudo o que me era conhecido já não me servia...
E o desconhecido me apareceu... ao mesmo tempo apavorante e intrigante.
Pronto para me destruir e me absolver, neste quarto e último parágrafo.
Entro no quarto e nada tenho a fazer. O ar parado fora da janela me convida a pensamentos que o vento normalmente não deixa surgir. Troco de roupa. Olho o quarto. Sinto o espaço ao meu redor. Ele conspira algo... Conspira para que eu faça algo. O que? Nada. Vou contra meus instintos e apago a luz. Me deito na cama e olho para o teto por aproximadamente meia hora... e aí me bate: Vou rezar. Faz tempo que não rezo. Faz tempo que não penso em Deus. Faz tempo que não sinto minha fé. Me viro de barriga pra baixo e junto minhas mãos em gesto de oração. - Deus, obrigado por esse... - E alguém abre a porta do meu quarto com toda a força! Me viro assustado pra olhar quem era e vejo um velho de barba branca, vestido de branco, e todo ofegante.
- Não continue! Não posso suportar!
- O que??? Quem é você?? O que você quer?!?!
- Não se assuste! Sou Eu! Deus! - E ele avançou o passo para mim e sentou-se ao meu lado na cama.
- Mas...
- Olha... - Ele tinha um cheiro a pessoa velha e um olhar bondoso, porém nesse momento parecia um pouco desesperado. - Vim pedir-te desculpas em pessoa.
- Desculpa porque? Como assim? Quem é você?
Ele recuperou um pouco a calma e me disse o seguinte...
- Sou Deus, Jeová, Pai de Israel. Sou o Próprio a quem você estava a orar. Sou o Deus acima de todos os deuses, assim Me declararam... E vim suplicar-lhe que não ores para Mim. Não posso suportar mais uma oração sem fé. Sem crença. Você não vê? Você não sente? Estou morrendo. E orações como essas são o porque da Minha falta de força. Antes o inferno de Satanás, o medo que as pessoas lhe tem, que a hipocrisia dirigida a Mim. Vim também pedir-lhe desculpas por ter abandonado você. Sei que parte da sua falta de fé é culpa Minha. Também Sou culpado, reconheço... Mas pare, por favor.
- Mas... Eu estava a pedir um pouco de ajuda...
- Olhe, existe horas que não adianta pedir ajuda. Sabe que existem pais que deixam o filho chorar no escuro para que o filho aprenda que eles nem sempre estarão por perto? Eu também faço o mesmo. Uma hora você vai perceber que você não pode contar sempre comigo... Uma hora você vai ter que parar de chorar por conta própria e parar de ter medo por conta própria. Eu vim te dizer que quero estar vivo em você. Em suas memórias. Não te acompanhei bem? Não fui um pouco bom com você? Pois eu te dei conforto quando me pediste. Mas chegou a hora de deixar-te... Então, por favor, pare de orar para mim.
- Mas porque??? Agora que eu sei que você existe! Porque?!
- Porque em parte deixei de ser Deus pra você há muito tempo, e agora aparecendo para você eu completo essa transição. Você está por conta própria.
- Não entendo o porque. Porque isso? Porque?
- Porque eu já não sou o que você precisa. Você vai ter que encontrar uma nova imagem. Provavelmente já a viu em seus sonhos. Ou em algum momento em que estavas sozinho no escuro e eu do lado de fora, esperando brotar isso em você. Está dentro de você. E se quiseres orar... Ore para ela. Ela é a minha mãe, também.
E em um piscar de olhos ele desapareceu... Me encontrei olhando para o teto... Querendo saber o porque que tudo o que me era conhecido já não me servia...
E o desconhecido me apareceu... ao mesmo tempo apavorante e intrigante.
Pronto para me destruir e me absolver, neste quarto e último parágrafo.
17 de mar. de 2010
weeping mask
oh little actor,
don't you have time for yourself?
don't you have time at all?
yesterday in front of the stage
today in front of the camera
tomorrow in the eye of thousands
oh little actor,
don't you have time for yourself?
don't you have time for your tears?
yesterday in photos
today in moving pictures
tomorrow impossible to see
oh little actor,
don't cry for your image
take time for yourself
turn the face of your mask
don't be afraid of it.
oh little actor,
you should cry for yourself
for that crippled man
behind the weeping mask
don't you have time for yourself?
don't you have time at all?
yesterday in front of the stage
today in front of the camera
tomorrow in the eye of thousands
oh little actor,
don't you have time for yourself?
don't you have time for your tears?
yesterday in photos
today in moving pictures
tomorrow impossible to see
oh little actor,
don't cry for your image
take time for yourself
turn the face of your mask
don't be afraid of it.
oh little actor,
you should cry for yourself
for that crippled man
behind the weeping mask
26 de fev. de 2010
ojo
- Olha, se apaixonar é bom e gostoso... Mas vá com calma, por favor!
- Mas... Porquê?!?
- Porque você pode assustar a menina... Vai com calma, é sério.
- Não me convenceu.
- Olha, é como se fosse uma garrafa de refrigerante. E quando você tá apaixonado é como se a garrafa fosse sacudida um montão por algum moleque travesso... E abrindo ela assim como você quer, vai apenas explodir e sujar tudo.
- Humm... Entendo.
- Desculpa, não pude deixar de escutar a conversa... Mas qual o problema de se sujar um pouco?
- Não tem problema, era só uma metáfora para a situação.
- Discordo, acho que a forma que você deu pro problema é muito mais relacionada a você, e não ao seu amigo.
- E o que você diria então?
- Usando o seu exemplo, eu perguntaria primeiro ao seu amigo: Você gosta de se sujar? Ou até mesmo: quando criança, quando o refrigerante explodia, você gostava ou não?
- Adorava.
- Aí está. Vai sem medo, amigo. Explode.
Pule.
- Mas... Porquê?!?
- Porque você pode assustar a menina... Vai com calma, é sério.
- Não me convenceu.
- Olha, é como se fosse uma garrafa de refrigerante. E quando você tá apaixonado é como se a garrafa fosse sacudida um montão por algum moleque travesso... E abrindo ela assim como você quer, vai apenas explodir e sujar tudo.
- Humm... Entendo.
- Desculpa, não pude deixar de escutar a conversa... Mas qual o problema de se sujar um pouco?
- Não tem problema, era só uma metáfora para a situação.
- Discordo, acho que a forma que você deu pro problema é muito mais relacionada a você, e não ao seu amigo.
- E o que você diria então?
- Usando o seu exemplo, eu perguntaria primeiro ao seu amigo: Você gosta de se sujar? Ou até mesmo: quando criança, quando o refrigerante explodia, você gostava ou não?
- Adorava.
- Aí está. Vai sem medo, amigo. Explode.
Pule.
10 de fev. de 2010
26 de jan. de 2010
Sati
Pensei em Hiroshima
e vi o pó
o brilho
e os corpos
Pensei em Nevers
e vi o sol
os olhos
e eles
Te vi em sonhos
ruiva morena e loira
Você
Brilha vida
Pensei em Sexta
e vi as nuvens
as pessoas
e você
Pensei em Sexta
e vi a lua
os corpos
e nós
Te vi em lembranças
borrada e manchada
teu silencio
meu rancor
Penso agora
e não vejo.
Te vi atrás dos meus olhos
enterrada com o teu rei
Eu mesmo.
...
Fechei os olhos e me deitei
Tudo o que vi foi você
Respirando, olhando, rindo
Dançando
Foi a noite
Ela veio e nos tirou do enterro
do tempo e da terra
Nos levou aonde pertencemos
Com a lua e as estrelas
Eu não sabia
Até o fechar dos olhos
Das profundezas
a vida veio e me disse
Tu a amas!
Eu já queria ter dito isso Sexta
e Sexta ter dito isso na sua orelha
e nos Sábados
que sentiria tua falta
como hoje a sinto.
Você foi a última
e gostaria que fosse a primeira
Segunda.
queime um pouco mais
para eu escutar
o recitar
de dois em um
e vi o pó
o brilho
e os corpos
Pensei em Nevers
e vi o sol
os olhos
e eles
Te vi em sonhos
ruiva morena e loira
Você
Brilha vida
Pensei em Sexta
e vi as nuvens
as pessoas
e você
Pensei em Sexta
e vi a lua
os corpos
e nós
Te vi em lembranças
borrada e manchada
teu silencio
meu rancor
Penso agora
e não vejo.
Te vi atrás dos meus olhos
enterrada com o teu rei
Eu mesmo.
...
Fechei os olhos e me deitei
Tudo o que vi foi você
Respirando, olhando, rindo
Dançando
Foi a noite
Ela veio e nos tirou do enterro
do tempo e da terra
Nos levou aonde pertencemos
Com a lua e as estrelas
Eu não sabia
Até o fechar dos olhos
Das profundezas
a vida veio e me disse
Tu a amas!
Eu já queria ter dito isso Sexta
e Sexta ter dito isso na sua orelha
e nos Sábados
que sentiria tua falta
como hoje a sinto.
Você foi a última
e gostaria que fosse a primeira
Segunda.
queime um pouco mais
para eu escutar
o recitar
de dois em um
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